| Evely Reyes | | | | Nino e Nina. |
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O Fim de ano nos traz muitos pensamentos e reflexões sobre nossa vida e os objetivos que estabelecemos ao longo de cada período. É a época em que fazemos um balanço das atitudes tomadas e do quanto conseguimos avançar em nossas conquistas. O ideal de todos é a busca constante da felicidade que para cada indivíduo tem uma conotação singular, mas que na essência é comum a todos. Muitas doutrinas religiosas entendem que a prática do dever, a manifestação da generosidade e condutas norteadas de sabedoria nos encaminham para uma existência afortunada e que o amor é fundamental. Para alguns pesquisadores é possível atingir a felicidade quando se consegue aliar o prazer, o engajamento e o significado em tudo que se faz. As realizações prazerosas são aquelas que nos dão contentamentos momentâneos e que encontramos, por exemplo, ao saborear um chocolate, dançar uma música, praticar sexo ou ler um bom livro e que estão relacionadas aos nossos cinco sentidos. O “estar engajado” em alguma coisa ou em certo ideal torna nossa vida muito agradável, pois nos dá objetivos e nos permite caminhar em direção ao que se pretende, vivendo cada segundo da existência com energia e na busca da perfeição em relação ao foco selecionado. Ao entrarmos nesse estado de alegria a ponto de nos olvidarmos do mundo passamos a perder a noção de tempo e iniciamos a vivência de um “estado de fluxo” onde a região do cérebro chamada córtex pré-frontal esquerdo é ativada. Acontecem efeitos e consequências extremamente benéficas ao nosso organismo, inclusive um melhor desempenho do sistema imunológico que aumenta em 50% a capacidade de se combater doenças que porventura possam nos atingir. Tudo isso somado ao significado do que se quer na vida nos possibilita encontrar a felicidade. Ao nos conscientizarmos de que fazemos parte de algo maior, de estarmos conectados ao Universo e ligados uns aos outros surge noção de conjunto, de irmandade, que nos remete ao entendimento altruísta de que o importante é o bem estar de todos. Perceber a grandiosidade que envolve esse conhecimento é um extraordinário passo em direção ao contentamento pleno e está inserido na essência dos ensinamentos difundidos pelas religiões. Todavia, o simples fato de querer fazer o bem não carece de ligação com alguma crença religiosa, pois muitos são os ateus no caminho da compaixão e respeito pelos demais seres vivos do planeta. Fundamental é que haja envolvimento sincero no que estivermos dispostos a realizar, pois o coração é o verdadeiro sinalizador na busca pelo tesouro que é a trilha da felicidade. A receita é simples, apesar de muita gente encontrar dificuldade em tornar efetiva sua realização. Ocorre que nenhuma obra se instala por decreto: somente tijolo por tijolo pode dar forma a um edifício. Pensamentos orientados de generosidade, respeito e compaixão têm como mola propulsora o amor incondicional e nos levam a ações e manifestações gratificantes, pois estão acima de quaisquer fins egoístas e do apego frenético que se pode ter às coisas materiais. O ideal seria que todos os seres vivos, não só humanos como não humanos estivessem incluídos na onda de benevolência que se levanta e banha o planeta nestes tempos atuais. Em razão de amar os animais, aproveito a oportunidade para compartilhar com os leitores a foto que acompanha esse texto onde fiz o registro de um momento de carinho entre dois filhotes que vivem próximos da minha residência. Cuido deles fornecendo-lhes comida, água, bem como farta distribuição de carícias e afagos. Ao macho dei o nome de Nino e à fêmea de Nina. Não estão sob meu teto, porque não tenho espaço para recolher mais cães ou gatos, mas me preocupo com eles e não deixo que passem por nenhuma necessidade. São fofos e demonstram a gratidão que sentem com o abanar frenético de seus respectivos rabos a cada instante que nos encontramos. Não posso salvar todos os bichos do planeta, mas se consigo mudar a vida de alguns, já me traz muita alegria. Que neste Natal estejamos com nossos corações o mais próximo possível do amor incondicional que a tudo transforma. Que nossa consciência saiba discernir o que devemos e o que não podemos fazer ao nosso próximo. Que o ano de 2014 seja vivenciado com mais harmonia e Paz para todos os seres humanos e não humanos.
Nota do Editor: Evely Reyes Prado, reyesevely@yahoo.com.br, paulistana, formada em Direito pela PUC-SP, morou em Ubatuba por vinte anos, onde aposentou-se pelo Tribunal de Justiça - SP e foi integrante da APAUBA - Associação Protetora dos Animais de Ubatuba. É autora de contos em Antologias diversas, e dos livros “Tudo Tem Seu Tempo Certo” e “Do Um ao Treze”, encontrados através do site www.scortecci.com.br.
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