Quando abri os olhos, acordei-me assim: No quarto, vi o seu lençol junto ao meu, o seu travesseiro... Tudo agora é uma coisa só, e o ontem parece que não existiu, e se nos lembramos tentamos esquecer. As suas roupas junto as minhas - o guarda-roupa agora é "nosso". No banheiro, a sua escova de dente ao lado da minha, sua toalha de banho, o seu creme de barbear, de pentear... Seus pertences agora não vêm mais me visitar aos finais de semana... Eles permanecem aqui e dividem o espaço com os meus. Na cozinha, fiz um apanhado das suas preferências gastronômicas e acrescentei as minhas... Com você, a minha culinária enriqueceu um tanto... Hoje coloco alho até em saladas. Quem diria? Dividimos espaços, pertences, contas a pagar, problemas, preferências gastronômicas e afetos. Morar junto é uma arte, é entrega, é descobrir os segredos, é con(fusão) de ideias, preferências, crenças e costumes, mas sobretudo é fusão de almas e corpos... É amor!
Nota do Editor: Ana Crivelari é formada em Gestão Financeira, porém, desde menina desenvolveu grande paixão pela leitura e escrita. Hoje mantém aceso o seu espírito poético divulgando os seus trabalhos em sua página. Participou da coletânea de dois livros: Gandavos – Contando outras histórias e Considerações sobre a arte de escrever e outras crônicas.
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