E toda mudança dói. É como pedacinhos de você, Saindo... Criando asas... Voando... E o seu corpo é que fica ali: Paralisado no momento da transição, Esperando o preenchimento na alma... É que alma não entende; Toda mudança é assim e não tem jeito! Por mais bela que seja a transformação, ela dói... Sempre dói! Hoje eu acordei e contemplei o dia de forma diferente: o ontem já não me pertence mais. Mudaram os rostos que eu via, os assuntos, o trajeto, só não mudou a música que toca aqui, nos meus ouvidos... Esta permanece igual! É deliciosa esta possibilidade de começar de novo, e é sobretudo divino saber reconhecer aquilo que se quer e a partir daí poder ver as coisas se encaixando como num quebra-cabeça. Eu creio que se desejarmos algo de todo o nosso coração, corremos o risco de sermos atendidos, e por crença, precaução e teimosia eu tenho esta mania – a ponto de sentir algo que nem aconteceu como se já fosse...(rs) Não ganhamos sempre, nem perdemos sempre, porém, toda vitória acompanha uma perda, assim como toda perda traz alguma vitória. O “x” da questão é você saber identificar uma e outra – faz parte de todo processo de mudanças... É difícil mudar a rota, os sentidos e o jeito de fazer sempre igual – isto requer muita força de vontade... É a hora de (re)aprender! Algumas vezes, vivemos anos a fio, para enxergarmos o que de fato nos faz feliz – o que realmente engrandece a nossa alma e isto não significa ter sonhos mirabolantes... basta que seja “um sonho” - aquele que te aproxima mais e mais da tua essência e que lhe acrescenta mais dias de paz... Como eu disse no início deste texto, minha música não mudou... Ela continua soando aqui nos meus ouvidos.
Nota do Editor: Ana Crivelari é formada em Gestão Financeira, porém, desde menina desenvolveu grande paixão pela leitura e escrita. Hoje mantém aceso o seu espírito poético divulgando os seus trabalhos em sua página. Participou da coletânea de dois livros: Gandavos – Contando outras histórias e Considerações sobre a arte de escrever e outras crônicas.
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