Em um ambiente de trabalho. - Fred... - Fala. - Posso te fazer uma pergunta? - Claro! Fala... - Não é sobre o nosso trabalho em si. - Tudo bem, Rafael! - Nada a ver até... - Pergunta. Sem problemas... - Chefe, por acaso, alguma vez na vida, tu te perguntaste... Sei lá... Em uma determinada situação... Em um determinado momento... Algo do tipo “o que eu estou fazendo aqui”? - Olha, Rafael... - Digo... Tipo... Surge do nada assim a pergunta... Parecendo que passou a compreender algo... E que tu estás no lugar errado... E se fez essa pergunta, entende? - Entendi... Olha, Rafael... O que eu vou te dizer... Eu acho... Eu acho que todo mundo já pensou isso ao menos uma vez na vida... - Pois é... - Ou melhor, já se perguntou isso uma vez na vida... Não achas? - Pois é... - Possivelmente, mais de uma vez até... - É... - A gente acaba, às vezes, mesmo sem querer, se colocando ou vivenciando cada situação que eu vou te contar! - É... - Que acaba sendo impossível não se perguntar isso. - Entendi... Entendi... Me diz outra, então... - Fala... - E o que tu fez ou faria se... Sei lá... Tipo... Se pegasse pensando isso? - Olha... Acho que quando tens esse tipo de pensamento... Faz esse tipo de reflexão... Esse tipo de questionamento... É porque tu estás em uma situação incômoda... - Pois é... - Logicamente, o que eu faria seria tentar sair dessa situação... - Entendi... - Claro! Sempre que possível... Sabe como é... Tem vezes que não tem como! - Entendi... Mas, se tivesse? - Se tivesse, nem pensaria duas vezes... - Entendi... Entendi... Entendi... - Me deixou curioso, Rafael! Por que as perguntas? - É que... É que acabei de ter esse insight... - Como assim, Rafael? - É que acabei de me perguntar “o que estou fazendo aqui neste emprego”? - Rafael? - Eu quero demissão!
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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