Quem nunca teve um camundongo desfilando pela sua própria casa, que atire a primeira pedra! Não, ele não foi convidado, muito menos aceito. A sua estadia permaneceu por apenas três longos dias, não pelo meu consentimento, é claro! Foi por pura ousadia do tal camundongo... Na verdade, ele acomodou-se, tornou-se conhecedor de todos os cantos da casa. O maldito malfeitor parecia conhecer muito bem a mim e outras duas mulheres da casa, medrosas por natureza... Já ele, sentia-se o verdadeiro dono, da minha casa! No início de tudo, mostrou-se timidamente, era praticamente um vão cinzento, que confundíamos, com uma grande barata, mas aos poucos, o desaforado começou a exibir-se por inteiro. Foi pura provocação do início ao fim... À noite, enquanto assistíamos a TV, ele não andava simplesmente pela casa, tinha toda pompa, o pobre infeliz, ele desfilava: sem medo, vergonha, livre, leve e solto... Nós é que parecíamos estar no cárcere, parecia brincadeira, mas não era! No terceiro dia, tínhamos a sensação, que o tal do camundongo era nosso bichinho de estimação. Já conhecíamos sua preferência pelos cantos da casa e os horários em que os visitava, o que facilitou o seu extermínio... Pobre camundongo! 10 x 0 pro meu pai! Não fosse ele e sua coragem, o maldito camundongo, ainda estaria lá!
Nota do Editor: Ana Crivelari é formada em Gestão Financeira, porém, desde menina desenvolveu grande paixão pela leitura e escrita. Hoje mantém aceso o seu espírito poético divulgando os seus trabalhos em sua página. Participou da coletânea de dois livros: Gandavos – Contando outras histórias e Considerações sobre a arte de escrever e outras crônicas.
|