Arquivo Evely Reyes | |
Muitas são as lembranças, as histórias engraçadas e os finais de semana ao som da boa música. Já naquela época eu não comia carne, mas ainda participava dos churrascos com peixe ou frutos do mar. Eliana sempre levava seu violão e tudo era conduzido com muita alegria e um bom ritmo. Foi um tempo muito gostoso, mas também de muita responsabilidade, de envolvimento pleno com a causa animal e de consequente crescimento interior. Ser voluntária de uma organização não governamental faz qualquer criatura amadurecer e se tornar um pouco melhor, pois convive com bichos abandonados e pessoas de baixo poder aquisitivo aflitas diante da angústia de seus animais. Nesse trabalho a compaixão é fundamental e o dinheiro não tem valor! O sofrimento toca o coração dos indivíduos e permite que mantenham contato direto com sua consciência, sensibilizando-se diante de tanta dor. Participar na proteção e defesa desses bichos aproxima as pessoas que executam o serviço, pois o que move todo esse desempenho é muito amor, solidariedade e alguma sabedoria capaz de direcionar as atitudes. Eliana de Oliveira tinha tudo isso e muito mais! Era uma pessoa que não desistia de suas empreitadas, quer fossem no âmbito político, na vida profissional, em defesa dos bichos, ou na vida pessoal. Estava sempre disposta a tornar possível o impossível! Norteada pela ética e pelo respeito a tudo que elegia, momento algum praticou o mal ou ocasionou prejuízo a qualquer ser vivo, pois suas palavras, gestos ou atitudes eram plenos de muitos fluidos positivos. Em razão disso não era dissimulada ou hipócrita. A autenticidade era um atributo de sua personalidade, pois acreditava na pureza e transparência das intenções, onde a voz da consciência comanda toda e qualquer ação. Conviver com essa grande amiga foi uma dádiva do Universo e em consequência não mais me entristeço por sua ausência e sim, agradeço pelas inúmeras boas recordações e por toda a alegria proporcionada. Tive oportunidade de desfrutar dessa energia positiva que ela emanava e é com muita serenidade que neste momento agradeço por Eliana ter vindo ao mundo na data de 09 de novembro de 1960, com tão bela trajetória! Não acredito no acaso e tenho certeza que em algum momento ainda vamos nos encontrar para matar essa saudade! Muita Paz para você, minha querida amiga!
Nota do Editor: Evely Reyes Prado, reyesevely@yahoo.com.br, paulistana, formada em Direito pela PUC-SP, morou em Ubatuba por vinte anos, onde aposentou-se pelo Tribunal de Justiça - SP e foi integrante da APAUBA - Associação Protetora dos Animais de Ubatuba. É autora de contos em Antologias diversas, e dos livros “Tudo Tem Seu Tempo Certo” e “Do Um ao Treze”, encontrados através do site www.scortecci.com.br.
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