Deixei de ser filha única, precisamente a 01h55min do dia 29 de junho de 1981, quando contava com 24 anos de idade e meu ilustre irmão veio ao mundo. Foi um momento de muita alegria, acompanhado das grandes mudanças em nossas vidas, pois meu pai havia constituído outra família e tudo era muito novo. A diferença de idade entre nós era imensa, mas isso nunca impediu que tivéssemos um bom relacionamento. Durante toda a minha infância sempre desejei ter um irmão e por isso compartilhava os dos meus amigos e amigas como se fossem meus, mas tudo era muito fantasioso, pois ao final do dia lá estava eu, em casa, sem eles. Isso nunca me ocasionou nenhum tipo de trauma, mas gostava de imaginar que um irmão seria aquele companheiro de todas as horas com quem eu pudesse dividir meus brinquedos, participar os anseios ou repartir as alegrias. Os anos passaram e ele só chegou numa época em que eu não mais arquitetava essa possibilidade. Foi muito bem vindo e transformou tudo ao seu redor como num passe de mágica com o peso de seu nome de poeta. Brinquedos, passeios no parque, atividades infantis e tudo o que se pode imaginar em relação a uma criança começou a ser uma parte da minha vida. Apesar de mimado cresceu com bons princípios, teve educação de ótimo nível e pouco a pouco lapidou seu caráter, moldando o digno ser humano que é e que hoje circula pelas ruas dessa tresloucada cidade de São Paulo. Comemora seus aniversários ao sabor do tradicional frio da capital paulista, coincidentemente na mesma data do nascimento de minha mãe Rosaria e de seu avô materno de nome Pedro. Somos diferentes em alguns aspectos e acredito que isso seja resultado também dos períodos distintos em que fomos criados, mas temos bastante coisa em comum a ponto de nutrir a afinidade que nos envolve e tornar firme o laço de consanguinidade que nos une. Ele tem aquele lado totalmente urbano que prepondera em tudo que faz e é a própria expressão da cidade de São Paulo, com suas mil e uma atividades, mas isso não impede que respeite todas as formas de vida e nunca se olvide da importância que tem cada indivíduo como elemento da Natureza, da qual faz parte. Brinco com ele de forma afetuosa ao chamá-lo de “insigne irmão” ou “ilustre irmão”, mas penso que na verdade é só a manifestação do carinho e a admiração que sinto por este ser humano tão humano que sinto contentamento em dizer que é meu irmão pelas inúmeras atitudes íntegras que constituem e formam sua personalidade. Meu desejo é que sua vida prossiga abençoada com muita harmonia, plena de paz, bastante saúde e muita alegria para que a partir destes trinta anos ele possa dar continuidade a tudo de bom que deseja realizar, sempre com muito discernimento, ética e amor.
Nota do Editor: Evely Reyes Prado, reyesevely@yahoo.com.br, paulistana, formada em Direito pela PUC-SP, morou em Ubatuba por vinte anos, onde aposentou-se pelo Tribunal de Justiça - SP e foi integrante da APAUBA - Associação Protetora dos Animais de Ubatuba. É autora de contos em Antologias diversas, e dos livros “Tudo Tem Seu Tempo Certo” e “Do Um ao Treze”, encontrados através do site www.scortecci.com.br.
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