De repente uma pequena alteração cutânea surgiu na aréola do mamilo esquerdo. Não havia nenhum tipo de dor, mas a sensação de desconforto estava ocasionando ansiedade, pois essa aréola apresentava certa diferença em relação à direita.

Constatada a malignidade após os exames de praxe, realizou-se a cirurgia de remoção do tecido mamário com os procedimentos correspondentes, além da retirada de seis linfonodos contaminados na axila esquerda.

Foi um processo muito rápido partindo-se das primeiras observações até a realização da cirurgia. O médico responsável Dr. Luís Porto com sua vasta experiência e competência conseguiu transmitir muita tranquilidade, como a qualquer paciente de neoplasia e fez com que o pós-operatório transcorresse normalmente por sua conduta célere e plena de assertividade.

O estigma da doença é maior do que ela própria, pois para a grande maioria das pessoas automaticamente associa-se o câncer à morte. Passados quase 60 dias, minha amiga iniciou a primeira sessão de quimioterapia, das quatro a serem feitas de 21 em 21 dias, com o acompanhamento do Dr. Eduardo Cronemberger. Ele também é muito competente e felizmente ela está muito bem assistida.

Cada pessoa tem sua personalidade, uma reação singular diante das adversidades que a vida lhe apresenta e situações deste porte tendem a abalar as estruturas não só dos pacientes como dos próprios amigos e familiares.

Inevitável um pouco de depressão durante o tratamento, algum mal-estar e às vezes um pouco de fraqueza, sendo extremamente importante que a alimentação seja farta dos componentes básicos de que o organismo necessita.

A segunda quimioterapia foi menos traumática e ela reagiu melhor.

Em razão da alta frequência com que ocorre e, sobretudo pelos efeitos psicológicos o câncer de mama é um dos mais temidos e segundo consta representa nos países ocidentais uma das principais causas de morte entre as mulheres.

É muito grave e por isso quanto mais cedo por detectado, maiores são as chances de cura. Com menos de um centímetro só pode ser revelado através de mamografia, que é um exame específico da glândula mamária.

A Lei Federal 11664/2008 que entrou em vigor a partir de 29 de abril de 2009 garante a toda mulher o direito a esse exame pelo SUS, após a idade de 40 anos, mas o país ainda carece de sua efetiva aplicação por causa dos problemas de infraestrutura e da insuficiência de profissionais capacitados para o atendimento.

A má qualidade das mamografias é responsável por inúmeros tumores que passam despercebidos, biópsias desnecessárias e pelo grande número de mamografias que necessitam ser refeitas.

Na última terça-feira minha amiga submeteu-se à terceira quimioterapia e não teve nenhuma reação adversa.

O tratamento está evoluindo bem, dando a impressão de que o resultado será o melhor possível!

Certos obstáculos podem ser superados!