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COLUNISTA
Ana Soares
20/03/2011 - 10h04
Amor aos pedaços
 
 

Amor aos pedaços, é sempre assim... Vira e mexe ouço falar deste dissabor e alguns desafetos que o acompanham.

Ouço isto em todos os lugares por onde passo! No trabalho, na fila de um banco, dentro do trem (nem mesmo o barulho consegue calar estes sentimentos). E nas reuniões de família então? É dentro dela que tanto os desafetos quanto os desabafos são mais intensos... E põe intensidade nisto!

É incrível como nos sentimos inteiros quando amamos e como nos falta e desestrutura quando inexistente ou em pedaços o amor está!

Refiro-me ao amor de forma ampla e abrangente: amor próprio, amor dos pais, amor de filhos, amor de amigos, amor de irmãos e o tão sonhado amor romântico ou conjugal.

Vejo e assisto de camarote a evolução tecnológica e as facilidades que o mundo de hoje nos dá e me compadeço da falta de comunicação entre as pessoas, com o descomprometimento absurdo nas relações!

Como conseguimos muitas vezes sem até mesmo perceber, matar ou mutilar o amor, este mesmo amor que nos envolve, acolhe e que nos dá o combustível necessário para viver?

Sem amor, não há graça, não há sorrisos... Não há razão para prosseguir!

Há momentos que é preciso parar para se perceber e perceber as pessoas que estão a nossa volta...

O amor próprio é fundamental, mas amar as pessoas que nos cercam nos faz pessoas melhores, além do que, nunca vi alguém ser feliz sozinho!

Como diz a música do Renato Russo... É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã, por que se você parar pra pensar, na verdade não há!

Amar exige concessões.

É... Amar dá trabalho, mas ele vem acompanhado de grandes ganhos!

Amores saudáveis são mutilados todos os dias com a indiferença ou a falta de comunicação... É assim que nasce o “amor aos pedaços”, sem ao menos pedir licença!

Amar requer uma dose diária de renovação e de alguns ajustes para se adequar ao outro sem que isto venha agredir o seu amor próprio! Os ajustes ou um amor aos pedaços? O que temos pra hoje? Posso ir além... Há também a possibilidade de uma vida vazia, sem nenhum amor pra contar a história... O que você vai preferir pra hoje? E pra amanhã? E pra uma vida inteira?


Nota do Editor: Ana Crivelari é formada em Gestão Financeira, porém, desde menina desenvolveu grande paixão pela leitura e escrita. Hoje mantém aceso o seu espírito poético divulgando os seus trabalhos em sua página. Participou da coletânea de dois livros: Gandavos – Contando outras histórias e Considerações sobre a arte de escrever e outras crônicas.
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