No setor de atendimento ao consumidor de uma empresa. - Par... - Ímpar... - Um, dois, três e já! - Três. Ganhei! - Putz! - Há! Há! Há! Podes ir... Aposta é aposta. Caminhando bambino! Vamos! Vamos! - Tenho que ir mesmo? - Claro! - Isso não vai dar certo, hein? - Vai sim! - Essa desculpa é muito furada. Daí, tu sabes o que vai acontecer... - Se achas que não vai dar certo, inventa outra... - Quem gosta de inventar história aqui não sou eu... A tua mulher quem diga... Há! Há! Há! - Deixa de palhaçada e vai de uma vez. Já estamos atrasados... - Cara, ela não vai deixar. - Não é uma questão de deixar ou não. A questão é que nós precisamos ir e ponto! - Então, te prepara aí. Pára de rir e fica sério. - Certo. Não esquece os detalhes... Os detalhes são importantes... Como a gente combinou. - Eu sei! Eu sei... Mas... - Mas o quê? - Sei lá, cara! - Sei lá, o quê? - Quem sabe a gente deixa para ir outro dia? - Que outro dia? Enlouqueceu? Jogo de semifinal de campeonato não acontece toda hora! - Tá bom! Pelo bem da nação e pelo nosso time: eu faço esse sacrifício! - Vale a pena! - Mas tu sabes que encarar a fera não é fácil, né? - Claro que sei! - Se eu conseguir vai ficar me devendo algumas cervejas, ok? - Fechado! - Ainda mais hoje, que ela está com uma cara de quem está “pé da vida”... - Pois é... Entrou cliente na linha... Preciso atender. Vai lá de uma vez! - Tá bom! Fui... Na sala da chefa do departamento - Licença! Tem um minuto? - Pra ti, sempre... - É o seguinte: eu e o Mário queríamos ir ao jogo do nosso time agora no início da noite. Para isso, precisamos sair mais cedo. Nós até cogitamos inventar uma história que iríamos ao velório de um conhecido, cheia de detalhes, mas achei melhor falar a verdade... - Muito bem! Estão liberados... - Beleza! Muito obrigado pelo “favorzinho”. Tu sabes que será bem recompensada, né? - Claro que sei! Amanhã? - Claro! - No mesmo horário e no mesmo motel? - Combinado! Dez minutos depois... - E aí, ela deixou? - Deixou! Mas foi difícil, cara! Tive que meter muita conversa para convencê-la a nos liberar! - Eu imagino! - Me deve essa, hein? - Com certeza! A história do velório colou, então? - Pior que não! - Putz! Mas como acabou conseguindo? - Eu tinha um plano B! - Tu és o cara! Tu és o cara mesmo! - E aí, vamos?
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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