- Alô... - Bom dia! Já comprou o meu presente, amor? - Quem... Quem... Quem está falando? - Jeferson! Jeferson! Onde tu andaste que estás dormindo até esta hora em pleno sábado? - Oi, Milena! Em lugar algum... Trabalhei até tarde, ontem... E são apenas sete horas da manhã. Reparaste neste detalhe? - Ah! Até vi, mas é que estou curiosa para saber o que vou ganhar de presente. Por isso liguei. Conta vai! Conta! O que eu vou ganhar? Ainda sonolento Jeferson chegou a ameaçar abrir a boca e perguntar o motivo de ter que dar tal presente. Foi salvo por um lapso de memória que o fez relembrar do aniversário da namorada naquele dia. Apesar do horário, agradeceu “mentalmente” a ligação e reagiu a indagação, respondendo: - É surpresa! Só à noite... Apesar da insistência da namorada nos minutos seguintes que o telefonema se estendeu em saber do presente, Jeferson negou-se em contar. Até porque ainda não o tinha comprado, também. Entretanto, além da preocupação que ganhara naquela manhã de sábado com a compra do presente de aniversário que, aliás, nem lembrava, a última frase de Milena ao telefone lhe deixou intrigado: - Não quer contar, não conte! Mas lembre-se: pequenas ações podem mexer com a relação, proporcionando um maior prazer de estar com a pessoa amada. Confio em ti! Te amo! Beijo, tchau! Jeferson passou o restante da manhã deitado na cama, olhando o teto e matutando: “pequenas ações podem mexer com a relação, proporcionando um maior prazer de estar com a pessoa amada... Um maior prazer! O que ela quis dizer com isso?”. Questionava-se e repetia a frase dita pela namorada, soletrando cada sílaba, na busca de uma interpretação para o enigma proposto por Milena. Foi quando surgiu a idéia. - Já sei o que será o presente! Exclamou. Já se levantando da cama, pegando a camiseta e rumando para uma loja. À noite. Em meio à festa, Jeferson pede a atenção dos convidados: - Atenção! Atenção! Gostaria da atenção de todos. Chegou a hora de entregar o meu presente... Milena estranha a reação do namorado, pois o presente que pedira não era para ser entregue em público, digamos assim. Jeferson prossegue: - Esse é um dia especial para a Milena, e, eu resolvi deixá-los ainda mais importante para a nossa relação. Sou o culpado de adiar esta decisão. Mas antes tarde do que nunca. Aqui está. Tome o presente, meu amor! Espero que goste da surpresa! Desconfiada, Milena pega a caixa do presente sob o olhar de todos e começa a abri-lo. Jeferson parado em sua frente não se agüenta em ansiedade. Cuidadosamente, ela rasga o papel que encobre o embrulho, abre a tampa e visualiza o presente. Depois de contemplar durante alguns segundos para dentro da caixa e respirar fundo, Milena olha fixamente para Jeferson e desvenda a surpresa: - São alianças de noivado! Foi aquela gritaria e salva de palmas de todos. O casal se beija e Milena cochicha ao ouvido de Jeferson: - Sempre desligado! Não presta atenção no que eu digo mesmo. Ainda enfatizei no dia... Eu queria aquele “Kit” que vimos na Sexy Shop sábado passado para apimentar a relação...
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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