O viúvo desatou o nó da gravata. Suava até pelas narinas. O dia era de muito calor. Um amigo do escritório aproximou-se para dar os pêsames. A sogra desmaiou na hora do enterro. A amiga da morta teve uma crise nervosa. Ele saiu apressado do cemitério. Passou numa salinha 3 por 4 no centro da cidade. Entregou ao homem armado e mal encarado o restante do dinheiro. Pegou o carro e foi para o subúrbio. A cunhada abriu a porta. Ele entrou. Olharam-se cheios de cumplicidade. Saiu antes do sol nascer.
Nota do Editor: Celamar Maione é radialista e jornalista, trabalhou como produtora, repórter e redatora nas Rádios Fm O DIA, Tropical e Rádio Globo. Foi Produtora-Executiva da Rádio Tupi. Lecionou Telemarketing, atendimento ao público e comportamento do Operador, mas sua paixão é escrever, notadamente poesias e contos.
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