Madrugada fria. Recostou-se na soleira da porta. A respiração ofegante impediu-o de fugir de imediato. Olhou para o chão sem arrependimento. Lá estava Eugênia: Linda. Morta. Ensanguentada. Jamais perdoaria uma traição. Desceu os dez andares pela escada. Chegou na portaria vazia, pegou o carro e seguiu em direção à praia. Limpou o sangue na água do mar. Jogou a arma do crime no oceano. Voltou para o carro e partiu sem destino. Ao longe, a sirene da polícia invadiu a madrugada.
Nota do Editor: Celamar Maione é radialista e jornalista, trabalhou como produtora, repórter e redatora nas Rádios Fm O DIA, Tropical e Rádio Globo. Foi Produtora-Executiva da Rádio Tupi. Lecionou Telemarketing, atendimento ao público e comportamento do Operador, mas sua paixão é escrever, notadamente poesias e contos.
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