- Grande, Marcão! Ia te ligar ontem, no fim, com essa correria diária, acabei não conseguindo. Tudo bem? - Tudo tranqüilo! E contigo? - Também! Vi tu passar com a Clarinha de carro estes dias em frente à casa da mãe... - Domingo, né? - Isso! - Fui à casa da minha sogra. Aniversário da velha... - “Firmezito” com a Clarinha, hein? - Pois é... Três meses já... Pra ti ver. - Ué, por que esse “ar de desânimo”? - Meu amigo... Cabeça de mulher não foi feita para ser entendida mesmo! Quando se está sozinho, procurando alguém, elas nem olham... É o cara se “casar” que elas vêm tudo! O cara vira príncipe encantado! - Opa! Opa! Tem história aí no meio. Conta... - Tem! Pior que tem! Lembra daquela “peituda” que trabalha nos Correios? - A Cláudia? - Isso! Ela mesma! “Corri” atrás daquela mulher um tempão. Ela nunca me deu bola. Mas ontem, passei em frente à agência que ela trabalha e ela me abanou lá de dentro com a cara mais safada do mundo... - Capaz? - Pior! Ainda bem que a Clarinha não viu! - Que sorte! Se não a confusão estava armada. - Com certeza! Tem outra: lembra da Katiúscia? - Não! - Aquele que namorou o Rômulo... Aquele cara que tinha um Chevette preto, com duas listras brancas em cima... Sabe quem é? - Não brinca! Aquela morena gostosa? A da barriga tanquinho? - A própria! Não sei como, descobriu o meu celular e me mandou uma mensagem estes dias. Eu apaguei para a Clarinha não ver, mas sintetizando o assunto, dizia: “as portas estão abertas! É só chegar...” - E tu? - Bom... Quer detalhes? - Melhor não! Outro dia tu contas em um lugar mais reservado... - É melhor! Tenho outra para te contar, também... - Agora, conta! - Mas essa tem que ser segredo... Aliás, não comenta nada com ninguém sobre o que estou te contando... - Claro! Claro! Fala... - Sabe a namorada do Peter? - Claro! Quem não conhece aquela Deusa? - Pois é... - Está brincando? - Pior que... Melhor que não! - Aquela mulher é muito gostosa. Tem o balançar de quadril ao caminhar mais sexy que eu conheço... - E como balança! Há! Há! Há! Eu quem diga... - Meu amigo, preciso ir! Está na minha hora. Vou te ligar ainda essa semana para marcarmos uma “gelada” e tu me contar essa história direitinho, tá? - Fico aguardando! Até... - Até... Trinta segundos depois, Marcão pensa: - Gosto de encontrar o Junior. Sempre me estimula a inventar boas estórias. Bah! Já são quinze horas. Preciso ligar para a Clarinha. Não posso perder essa mulher... - Alô, Amor!
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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