- Está tudo terminado entre nós! - Não era eu, Isadora! - Como não, meu Deus! - Eu juro! - Como não era? - Porque não era eu... Simples! - Te viram na tal da festa, criatura! - Quem me viu? Diz... - Não vou falar! - Essa pessoa tem que provar que me viu! Quem foi? - Não vou falar! - Tem foto? Vídeo? Outra testemunha? - Não! A palavra dela já basta... - Só pode ser ter sido a Marisa... Rica amiga! - Encontrou com ela na festa, foi? - Meu Deus, Isadora! Acredita em mim! Eu não fui nesta festa... - Sei! Finjo que acredito... Não foi a Marisa que me contou, não! - Quem foi então? - Não vou falar. Já disse, Bruno! - Não fala, então! Mas é inacreditável! - O quê? - Tu confias mais no que as outras pessoas te dizem do que eu te falo! - Claro! - Como claro? Dois anos de namoro já não é o suficiente para confiar em mim? - Não! A minha amizade com a Vane... - Sabia! Só podia ser aquela invejosa... Tu acreditas nesta invejosa? - Por que não acreditaria? - Porque ela tem inveja do nosso amor! - Não sei de onde tu tiraste isto? - Mas é verdade! Lembra que ela tentou ficar comigo antes de começarmos namorar e eu não quis. Lembra? - Nada a ver, isso! Passado... - Passado nada! Ela morre de inveja do nosso namoro e está tentando atrapalhar o nosso amor, criando intriga, alimentando fofoca... - Fofoca, Bruno? Ela me deu detalhes... Disse com quem tu estavas... A cor da tua camisa... E mais um monte de coisas... - Que cor era? - O quê? - A cor da camisa que ela te falou? - Vinho! - Tá aí! - Tá aí o quê? - Me responde: eu tenho alguma camisa cor de vinho? - Me deixa pensar... - Tem até amanhã! Não vai encontrar... - Que eu me lembre, não! - Estou dizendo que não fui nesta festa! Eu não tenho uma camisa cor de vinho... - Isto não quer dizer nada! Ela pode ter confundido... - Ah tá! Ela pode dizer o que quiser que tu acredita! Eu falo a verdade e não vale nada... - Não é assim! - Como não? Tu sabes bem que eu não tenho uma camisa cor de vinho... E outra. Lembrei agora: essa tua amiga não é flor que se cheire. Uma invejosa... Tu sabes bem! Lembra que ela já fez essa mesma fofoca para a Joseane aquela vez? E ficou provado que o Marquinhos não tinha culpa no cartório. Hoje, os dois estão aí bem felizes juntos. Se tivessem acreditado nela... Lembra? - Pois é... - Então! - Tu juras que não foi nesta festa sozinho? - Juro, meu amor! Vem cá me dar um beijinho... - Se eu descobrir algo... Eu te mato, hein! - Pode ficar tranqüilo! Eu não fui... Agora me abraça! No outro dia - Cara! Estava louco para falar contigo! - O que foi? - Marquinhos, tu não vai acreditar! Primeiro quero te pedir desculpa! Aliás, perdão! E te agradecer! - Por quê? - Desculpa por ter xingado na sexta-feira passada... - Pelo episódio do vinho lá em casa antes da festa? - Exatamente! Se tu não viras aquele abençoado vinho na minha camisa antes de irmos pra a festa e me empresta uma camisa tua... Aliás, na cor vinho... Viva o vinho! Eu era um homem morto! - Por quê? - A Vanessa nos viu na festa e contou! - Putz! E aí? - O que me salvou foi a camisa e os antecedentes da moça! - Aquela minha estória? - Exatamente!
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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