- Eu vou mudar... Prometo! - Duvido! - Sério! Juro pela... - Não coloca a tua mãe no meio! - Mas... - Mas nada! Desta vez nem vou fingir que acredito... Acabou! Não tem desculpa que me faça mudar de idéia! - Por favor, me dá mais uma chance! Eu juro que mudo... - Quantas vezes tu disseste isso antes e o que aconteceu, hein? Nada! - Mas agora é diferente, amor! - Não me chama de amor, Miguel! Não me chama de amor! - Não faz assim, Lucélia! - É o que tu merece! Merece mais até. Como eu fui boba em acreditar que podia te mudar! Como eu fui boba! Ai, quanta coisa eu tinha sonhado pra nós... Que ódio! - Então, amor! Dá mais uma chance para o nosso namoro. Eu faço o que quiseres. Prometo! Pode começar a lista... - Tu não vai mudar, Miguel! Eu sei disso... - Acredita em mim, Lucélia! Pelo menos desta vez. - Como tu és cínico... As novelas estão perdendo um ótimo ator! - Ai meu Deus, Lucélia! Eu estou aqui de coração aberto, sendo o mais sincero possível, disposto a mudar, começar o nosso relacionamento de maneira diferente, consertando os erros que cometi, para te fazer feliz. E tudo isso por quê? Simples: porque eu te amo! Muito! Te amo muito! Mas tu me tratando assim... - É que... - Pô! Desmancha essa armadura aí e me dá mais chance! Dá... Eu sei que tu queres! - Não sei se tu mereces uma nova chance. - Mereço sim! - Não sei... - Vamos! - Não faz essa cara! - Pelo nosso amor... - Está bem! Venceu... Mas será a última! Está ouvindo bem, Miguel? A última... - Por isso que eu te amo! Me dá um beijinho! - Calma! Calminha aí! Para reatarmos o namoro certas condições terão que ser seguidas... - Fala! Faço tudo que quiseres... Mudo o que tiver que mudar! - Quero só ver! - Podes acreditar! Fala... - Primeiro: futebol com os amigos apenas uma vez por semana! - Bom! É que... É que... - Miguel! - Tá! Pode ser! - Pode ser, não! Tem que ser! Se não acabo de novo... - Calma! Tá bom! Combinado! O que mais? - Ir a alguma festa sozinho, como, aliás, o senhor tem feito, nunca mais! - Aham! - Esse teu “Aham” não me convenceu... - Ok! Sem festas... - Cervejada com os amigos, churrascos na casa de fulano, pescarias, caçadas etc. e tal, somente com autorização prévia... - Pô! - Quer? É assim... - Tá bom! Tá bom! Pelo teu amor vale tudo! Mas vou me tornar um presidiário... - Ainda dá tempo de desistir. Queres? - Não! Não! Nunca... - Me deixa ver o que mais... - Tem mais? - Tem sim! Ia esquecendo: terminou as cenas ciúmes por qualquer coisa! A partir de hoje, eu falo com quem quiser, me visto como quero e não vou suportar mais ouvir qualquer insinuação! - Meu Deus! Quer me matar! - Pegar ou largar? - Pegar! Pegar! - Hoje, nós vamos naquele restaurante italiano e depois na pagodeira... - Putz! Tu sabes que eu não gosto de pagode... - Eu vou! Com a aquela minha saia curta... - Tá bom! Tá bom! Terminou? - Por enquanto sim! Vou pensar com mais calma e depois te largo a lista completa... - Putz! - O quê? - Nada amor! - Vou tomar um banho e me arrumar... - Certo! Te espero... Fica bem linda! Minutinhos depois... - Alô Julinho? É o Miguel. Cara! Me enrolei com a Lucélia, ela vai me “sugar” essa noite inteira. Daí, não vai dar pra ir nesta festa! Mas a de amanhã está confirmada. Tudo certo! Como tínhamos combinado... No clube, no horário de sempre... Vou ter que desligar que ela vem vindo. Falô! - Esqueci a toalha! Com quem estava falando? - Com a mãe... Avisando... Avisando que eu vou chegar mais tarde hoje!
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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