Em uma pescaria. - Bah! Estava precisando dar comida aos peixes. A minha mulher quer me matar... - Capaz! Por quê? - Vou te contar a estória: eu estava sozinho em casa. A Cleuza tinha ido a um instituto de beleza. Olhava um jogo na Sky, quando escutei um barulho, como se algo se despedaçasse no chão... - E aí? - Aí eu corri na cozinha e encontrei no chão, em caquinhos, um vaso da Cleuza. Herança de família, mas nada de valor. Sabe dessas coisas que mulher se agarra sem explicação? - Sei! - Pois é! Era a Cleuza e o tal vaso... - Mas quebrou muito? Não dava para colar? - Mas que jeito! O troço se despedaçou de uma maneira, mas de uma maneira, que eu iria passar um ano e não iria conseguir juntar as partes... - Tá! Mas como ele caiu no chão? - Rapaz! Não é que foi a praga do cachorro. Um passarinho entrou na cozinha por uma janela que estava aberta e não conseguia sair. O cachorro enlouqueceu tentando pegar o bicho. Pulou pra cá, pulou pra lá e bateu na mesa de jantar, onde estava o tal do vaso, aí se deu o estrago... - Tá! Só não entendi uma coisa ainda: por que a tua mulher está braba contigo se foi o cachorro? - Calma! Vou chegar lá... - Continua! - Bom! Como eu não tinha mais nada a fazer, apenas limpei os “restos mortais” do vaso do chão e esperei a Cleuza chegar... - Que ficou uma fera? - Mais que isso! - E aí? - Aí ela chegou, conversou um pouco e foi na cozinha. Só ouvi um grito! Daí ela veio bufando para o meu lado... - E aí? - Aí logicamente já veio cheia de perguntas: “como tinha quebrado?” “Quem tinha quebrado?” E coisa e tal... - E tu? - Eu assumi o estrago! Disse que tinha batido na mesa, tentando tirar o tal passarinho para rua e ele caiu. - Tu estás louco homem? Por que tu fizeste isto? - Retribuição a um amigo! Outro dia eu rasguei uma almofada da Cleuza com as unhas dos pés e o cachorro assumiu!
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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