- Alô... - Oi amor! - Pode falar agora, Carlos Alberto? - Ai ai ai! Com esse tom de voz, estou vendo tudo... O que foi dessa vez, Renata? - Precisamos conversar. - Fala... - Pessoalmente é melhor. - Sobre o que seria? Qual assunto? - O de sempre: nós! Nossa relação... - Mais especificamente? - Já disse! É melhor pessoalmente. - Espera eu chegar em casa e conversamos. Pode ser? - Não! Não quero discutir na frente das crianças... Vamos a outro lugar. - Quem disse que vamos discutir? - Com certeza vamos, Carlos Alberto! - Não sei! A coisa é tão séria assim? - Pode acreditar que sim! - Me adianta o assunto pelo menos... O motivo... - Tanto faz tu saberes agora ou não, Carlos Alberto! A tua atitude será como nas anteriores: negar! Negar! E negar mais uma vez! Mas dessa vez vai ser diferente... - Ah, não! Meu Deus! Eu não acredito! É o que estou pensando? - A consciência já pesou foi? - Essa história de novo, Renata? - Não falei! Já começou a negar... - Renata! Quantas vezes... Putz! Quantas vezes eu já te disse que não tenho uma amante, hein? - Desta vez te viram saindo do motel, Carlos Alberto! - Me viram! Quem? Posso saber? - Lógico que eu não vou dizer! - Está mentindo, Renata! - Não me irrita, Carlos Alberto! Não me irrita mais do que eu já estou... Estou louca para voar nesta tua cara! - Calma! Como vamos sair para conversar contigo nervosa deste jeito? - Está certo! Está certo! Por incrível que pareça... - Mas eu não tenho uma amante, viu? - Depois nós conversamos sobre isso, Carlos Alberto! Eu não vou me alongar mais nessa ligação... Me encontre naquele restaurante perto da praça central depois das nove. Pode ser? Já avisei a empregada para ficar com as crianças... - Pode ser! Eu vou ficar um pouco mais tarde aqui na empresa mesmo. Daí irei direto pra lá... - Combinado então! Até lá. Tchau! - Tchau! Encerrada a ligação, Carlos Alberto no escritório comenta com um colega: - Renata no telefone. Desconfiada de novo que tenho uma amante. Ciumenta que só ela! Vamos conversar em um restaurante depois do expediente. Mas com certeza vai ser igual as outras vezes. Conversamos um tempo e acabamos na cama. Por incrível que pareça, nestas crises de ciúmes é que me sinto amado! - Com amante! Logo tu, Carlos Alberto? Sério desse jeito... Se fosse eu tudo bem! Mas tu não! - Pois é, meu amigo! Mulheres! Quem entende... Simultaneamente, Renata no carro com o amante, verifica as horas e diz: - Pronto! Temos até ás 21h...
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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