Ele: Alô! É o Fernando. E aí Denílson, beleza? O que manda? Sei! É contra o Santos, né? Vamos sim, qual o horário? Ela: Não vai não! Ele: Só um pouquinho Denílson... O que você falou Lúcia? Não está vendo que estou no telefone? Ela: Eu falei que tu não irás a jogo de futebol nenhum... Ele: Só um pouquinho Denílson... Por que não Lúcia? Ela: Vocês dois juntos? Sozinhos? Nem pensar! Ele: Por quê? Ela: Como eu realmente vou saber que vocês foram para o estádio? Ele: Eu tiro uma foto com o meu celular... Ela: Uma vez, disseste-me que as mulheres não freqüentam o estádio, e na TV sempre mostra um monte delas... Ele: Eu não tenho culpa se eles filmam a “meia dúzia” de mulheres que vão... Ela: Então está afirmando que vai mulher ao estádio? Ele: Eu nunca disse que não vão, e sim, que são poucas... Ela: Se tu fores ao jogo, eu vou comprar aquela blusinha de R$ 150,00. Ele: Compra Lúcia, eu pago... Quem vai conosco, Denílson? Ela: Tu não vai Fernando! Ele: Só um pouquinho Denílson... Eu vou sim! Ela: Está bem, pode ir... Ele: Por que esse “beiço”? Ela: Nada. Ele: Só um pouquinho Denílson... Lúcia! Tu implicas com tudo que eu faço. É com o meu futebol, com a minha cervejinha com os amigos, eu ir ao estádio ver o jogo... Ela: Tá! Pode ir... Ele: O que foi Lúcia? Eu conheço esse seu olhar... Ela: Nada. Ele: E os ingressos, Denílson? Sei! Pode ser... Só um pouquinho Denílson... O que você falou Lúcia? Ela: Fernando! Se tu fores ao jogo, eu irei ao “point” da nossa cidade, o bar do Deco, ali perto da prefeitura, conhecer gente, conhecer homens... Ele: Denílson! Bah! Cara. Pior que não poderei ir. A Lúcia está lembrando-me aqui, é que tenho o aniversário da minha afilhada, aí tu sabes como é...
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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