Festa de fim de ano da empresa. Sabe como é. As pessoas tiram as “vestes profissionais”, excedem-se na cerveja etc. Aí as coisas acontecem. Uns soltam a “franga”, outros deixam a “máscara” cair, os bajuladores até então enrustidos aparecem. Tem e ocorre de tudo neste dia de farra. Pois bem. Como em toda ação, há a reação. E isso ocorre no dia seguinte, em volta do cafezinho, onde se narram os melhores lances do dia anterior. - Vocês viram o Mendonça dançando Latino? - Quem não viu, me diz? Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! - É verdade! É verdade! Mas e o chefe Cruz, com aquela pose de machão, se soltou na noite... - Na hora da “Conga la conga” da Gretchen, né? Eu vi! Muito hilário... Rebolava e cantava: Conga la conga, conga conga conga... Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! - E o Nestor? Com a gravata na cabeça, rodava o paletó e cantava em cima da mesa: vou apertar, mas não vou acender agora... - É... Se soltou o “véio”! - Eu gosto de ver nestas festas, é que todo mundo diz que não aprecia música sertaneja, mas toca um Bruno e Marrone, todo mundo sabe de cor a letra, canta do começo ao fim... - Não! Mas falando nisso... Vocês viram o Otávio, bêbado, abraçado com o diretor cantando “dormi não praça”? - Não só vi, como tenho foto! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! - Essa eu quero ver! - Eu também! - Se nós formos enumerar os bêbados, vamos passar o dia aqui tomando café! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! - É verdade! Parece que as pessoas nunca viram a “loirinha” gelada. Bebem todas! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! - Nem me fala em bêbado. - Ué! O que foi Verinha? - Vocês acreditam que o meu chefe Alberto, no final da festa chegou e cochichou-me ao ouvido – Tu tá muito gostosa, mulher! Vamos para um motel? Estou que nem posso olhar para a cara dele. Só podia estar completamente bêbado para me falar uma coisa dessas... A turma silencia por um instante, ficam “sem graça”. Verinha nota e questiona: - O que foi? - Sabe Verinha... É que... O Alberto... - Fala logo criatura! - Bom... Bom! Pelo menos bom gosto e cara-de-pau nós descobrimos que ele tem. Não acham? - É... - É verdade! - Por quê? - O bom gosto é óbvio, né Verinha! Você sabe que é uma mulher muito bonita... - Obrigada! E a cara-de-pau? - Bom! A cara-de-pau é simples: o Alberto não bebe!
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
|