O Fabinho tomava banho, cantarolando "boate azul" do Bruno e Marrone, quando ouviu um delicado bater na porta da sua casa. Toc toc toc. Gritou - Já vou! Fechou o chuveiro e enrolou-se em uma toalha. Antes de abrir a porta, espiou pela janela, por uma fresta deixada pelas cortinas, para ver quem era. Enxergou apenas a cintura e o quadril da moça, mas aquela marca de biquíni era inconfundível. A sua nova vizinha de frente estava parada na porta da sua casa. Correu para o quarto para pôr uma roupa, pensou melhor e achou que apenas com a toalha ficaria mais sexy. - Sabia que aqueles meus olhares, com sol do fim de tarde batendo no meu rosto, ela não resistiria - Gabou-se. "Paquerava" a nova vizinha deste que ela se mudara, há cerca de três meses. Cibele, assim ela chamava-se. Uma morena, de pernas torneadas, olhos verdes, estilo asiático, com "Bolsinhas" abaixo dos olhos. Aquelas "bolsinhas"! Por onde passava os homens comentavam - Essa é de largar a família. Já as mulheres invejavam tamanha perfeição. A olhavam minuciosamente, dos pés à cabeça, a procura de um defeito. Não achavam! Fabinho gritou novamente um - Já vou! E planejou antes de abrir a porta - Recebo-a, convido-a para entrar, ofereço algo para beber, dou aquela xavecada básica e... Craw! Pego e levo-a para cama, tiro toda a sua roupa com dentes e lhe proporciono uma tarde de amor que ela nunca pensou que teria... Eu sou o cara! Aposto: depois disso não terei mais sossego com essa mulher, vai ser todo o dia batendo nesta porta... Eu sou o cara mesmo! As mulheres chegam a me procurar. Fabinho olhou-se no espelho, escabelou o molhado cabelo um pouco mais, estufou o peito e foi abrir a porta. Girou a chave e nada da porta destrancar. Tentou uma, duas, três vezes e nada. Gotas de suor já escorriam pelas frontes. Foi então que na quarta tentativa, quase quebrando a chave, ele conseguiu. Abriu a porta, a visão ofuscou-se por causa dos raios de sol que "bateram" em seu rosto. Colocou a mão na testa, e então pode contemplar toda a beleza de Cibele. Deixou escapar um - Meu Deus! E Emudeceu. Era a primeira vez que a apreciava tão de perto. Ficou olhando-a, pasmo. O braço escorado no arco da porta tremia. Ela fitou-o seriamente e cumprimentou - Oi. Fabinho gaguejando respondeu - O-o-o-iiii! - Você que é o Fábio? Perguntou fazendo os movimentos de lábios mais sexy que Fabinho já viu. Ele grunhiu um an-rã - An-rã! Olhando para o "vão" existente entre os volumosos seios. Ela lhe entrega um envelope e fala - É para você. O carteiro largou enganado em minha casa. - Ooobrigado! Sussurra Fabinho, contemplando o piercing no umbigo de Cibele. Então, ficam por alguns segundos olhando-se em silêncio. Sem mais o que ter a fazer ali, Cibele despede-se - Tchau, Fá-bio! O "bio" sendo pronunciado fazendo biquinho. Ela dá meia volta e ruma para casa. Coube ao Fabinho acompanhar o "bailar" das rígidas nádegas naquela mini-saia. Quando saiu do estado "hipnótico", gritou - Tchau! Mas ela já ia longe. Fechou a porta, retomou a cor e a confiança, e consolou-se - Ufa! Que mulher! Pena que é muito antipática. Não fala nada, nem uma abertura sequer... A minha sorte é que não dei em cima dela. Como é bom conhecer as pessoas!
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
|