Estava dormindo no sofá de casa, após tomar “todas” no almoço, quando a minha esposa chamou-me: - Rodrigo! Vai tomar teu banho de uma vez... Era domingo. Iríamos ao aniversário de três anos do filho de um amigo. Levantei-me “vendendo” preguiça, fui ao quarto buscar uma roupa e entrei no banheiro. Tomei calmamente o meu banho, vesti-me e então, fui realizar a tarefa mais difícil: pentear o topete. Já arrumado, tive que esperar a minha esposa terminar de se aprontar. Mas reclamei: - Pô! Vamos lá! O que? Ainda não está pronta? Mas tu começaste a se arrumar antes de mim... Putz! A cerveja vai esquentar... Ela respondeu: - *#@##&*%@&!!! Passado este episódio, meia-hora depois ela estava pronta. Viu quem manda aqui em casa? Entrei no carro para finalmente rumar para a festa, o liguei, e uma luz de alerta acendeu: gasolina na reserva. A minha esposa fora à última a sair com o carro, mas sabe como é, mulher nunca dá muita bola para esses “detalhes”. Indignado, passei no posto de gasolina e abasteci R$: 3,00 em moeda de gasolina comum. Agora sim, estava pronto para finalmente dirigir-me para o aniversário. Chego ao local da festa, e logo escuto a voz da animadora de criança (Que sempre tem em festas do gênero para dar uma folga aos pais), que ecoava da caixa de som: - Vamú lá criançada! No três... Um... dois... Três! Elegantemente, pego o braço da minha esposa, e vamos entrando no grande salão onde se realiza a festa. Os pais da criança recepcionam os convidados na entrada. A equipe de filmagem não perde uma imagem. Caminho lentamente por um tapete vermelho, cercado de balões. Exatamente no momento que ingresso no interior do salão, a tal animadora de criança, coincidentemente anuncia: - E com vocês... E com você: o palhaço Chicle! Então, surge um palhaço de dentro de uma grande caixa de papelão que estava no chão no centro do Salão. O grupo de aproximadamente 20 crianças que brincava com a animadora fica paralisado, observando, quietos, não esboçam reação, nem um sorrisinho sequer. O palhaço ainda tenta animá-los falando e fazendo algumas gracinhas, mas nada. Eu, parado, apenas observava a cena. Foi então que, uma das crianças olha-me, larga uma enorme gargalhada, e corre em minha direção, abraçando-me. O restante da criançada acompanha, alegremente, gritando: - O palhaço! Ali... Olha o palhaço! Que legal, um Palhaço! Moral da estória fictícia: Não lute contra os seus talentos naturais... Observe-se mais!
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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