- Olá, amigo coração! - Oi. Estimado cérebro. - Por que essa tristeza, amigo coração? Por que lacrimejas? - Choro por um amor que não voltará mais! - No amor nada é definitivo. O que hoje é nunca, amanhã pode ser sempre... - É nesta esperança na qual me agarro, amigo cérebro. Apesar de saber da sua real impossibilidade. - Já lutaste com todas as tuas forças? - Esgotei as minhas energias declarando os mais sinceros sentimentos... - E por que esse amor não te quer mais, amigo coração? - Porque não era um amor sincero... - Ainda sim, insistes? - É pelo conforto... - Conforto? - É amigo cérebro! Conforto por ter ao menos uma fez me sentido amado... - Não entendo! - Você é muito racional, lógico, amigo cérebro! - Pode ser! Pode ser! Mas não entendo por que sofrer tanto por algo que não retornará? - É o sentimento! - Um sentimento do passado, amigo coração. - Sim! Do passado... - O passado serve para mostrar-nos o caminho do presente rumo ao amanhã. - O passado ainda é muito presente em mim... - E por que não partes para outra, amigo coração? - Porque quando encontro alguém, logo procuro as características, as semelhanças do velho amor, por isso nunca acho um novo... - Desculpe amigo coração, mas isso não é burrice? - Pode ser amigo cérebro, pode ser! Mas eu penso como um coração... - Pra mim, parece lógico! Se não sou mais amado, coloco a minha roupa de festa e parto para outra... - É isso que faço amigo cérebro! Só que uso máscaras e fantasias, nunca sou eu mesmo... Quando ninguém me vê, na solidão do meu quarto, choro de saudade... - Só existe um alguém que pode ajudá-lo, amigo coração. - Quem, amigo, amigo cérebro? - Você mesmo! - É verdade! Mas eu... - Tenho que ir amigo coração... Nossa dona acordou depois do mais recente pranto de choro. Pense no que lhe falei! - Refletirei amigo cérebro! Volte para continuarmos a conversa. - Voltarei. Prometo! Tchau! - Tchau! Cérebro: (Preciso andar mais com o amigo coração, aprender sobre esse tal sentimento, esse tal amor). Coração: (Tenho que conversar mais freqüentemente com o amigo cérebro. É a sua racionalidade que me falta...).
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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