- Amor! Não precisava. Nós combinamos que não trocaríamos presentes? - Combinamos. Mas resolvi fazer uma "surpresa" para você. Dá um beijinho... - Agora você ficará sem presente. Eu não comprei nada, estou até com vergonha... - Não! Não fique assim! Na verdade, esse presente é para nós dois, pois você irá usá-lo, e eu que me sentirei bem. Dá um beijinho... - Já posso abrir? - Ainda não! Gostaria de falar um pouco sobre o presente. Já aviso, ele é diferente, mas bonito. Fiquei horas pensando o que poderia representar o nosso amor, a intensidade dele, algo que mostrasse para o mundo esse "transbordar" de paixão que é o nosso namoro. Dá um beijinho... - Ai amor! Se curiosidade matasse, eu estaria morta! Como confio no seu bom gosto, já sei que adorarei o presente. - Eu tenho certeza, abra-o... - Que pacote difícil de abrir. Quanta fita durex... Amor! É uma camiseta branca... - Hum! Agora a desdobre. Mas antes, dá um beijinho... - Amor! Uma camiseta com a sua foto. Que fofo! - Gostou? Você nem leu a frase abaixo da foto. Na minha ótica, elas complementam-se. Dá um beijinho. - É verdade! Nem tinha reparado. Na frase "EU TE AMO". - Gostou? - É meio antiquado, mas bonitinho... (Eu não acredito que ele está fazendo isso comigo, nada pode ser mais ridículo). - Que barulho é este? - Uhn! Hã! Essa é a minha segunda surpresa. Dá um beijinho... - Uma telemensagem? - Acertou! Vamos à rua conferi-la. Dá um beijinho... - Ah não, amor! - Está bem! Eu sei que emociona. Mas é só dar um beijo para agradecer. - Meu Deus! - Dá um beijinho...
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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