O aniversário era da filha da madrinha do seu irmão caçula. Mesmo sem vontade, lá estava o Emerson. Foi mais pela cerveja do que para agraciar a aniversariante. Fazia um calor infernal, com isso todos os convidados sentaram-se na rua, sob uma cobertura que ficava ao lado da casa. Dentre a grande quantidade de convidados, logo, Emerson identificou a Talita. Há anos atrás foram colegas em um curso de inglês. Ela não o reconheceu, ele, nunca esquecera aqueles olhos puxadinhos. Cerveja vai, pastelzinho vem, e o Emerson nota que a Talita não lhe tirava os olhos. Não acreditando, pensou: - Não é comigo. Mas aquele olhar já durava algum tempo. Então, a dúvida fora sanada quando com um direto aceno, que apontava para dentro da casa, ela lhe fez. Devia seguí-la. Entraram disfarçadamente na casa. Emerson fora subitamente puxado para dentro do banheiro. Talita rapidamente fechou a porta e começou a beijá-lo loucamente. Emerson em pensamento indagou-se: - O que é isso? Logo se respondeu: - Não devo questionar-me e sim aproveitar! Então, Talita pára por um instante de beijá-lo e se declara: - Fiquei louca quando te vi! E foi abrindo botão por botão da sua camisa e beijando-lhe o peito. - Filme pornô! Eu sempre achei que estas cenas só aconteciam em filme pornô! Pensava excitadamente Emerson. Talita começa a desvencilhar o cinto da calça de Emerson. Ele interroga-lhe, em um misto de espanto e concordância: - Aqui? Com a cabeça ela faz um “sinal” de positivo. Abre então o botão da calça, em seguida o zíper, segura a calça com as duas mãos, confere “o material” e sai resmungando: - Putz! Vermelho. Não gosto de vermelho... Emerson ainda tenta contestar: - Não! É verde! A minha cueca é verde... Não adiantou... Dias depois descobrira que Talita era uma gremista fanática, e pior, daltônica...
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
|