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Ano 1 - Nº 9 - Ubatuba, 14 de Junho de 1998
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· Ao João
    L. C. Santos Pena
    articulista@ubaweb.com

    Verbete: epitáfio
1. Inscrição tumular.
2. P. ext. Lápide ou tabuleta com epitáfio (1).
3. Elogio fúnebre.
4. Espécie de poesia satírica (em geral uma quadra) feita sobre um vivo como se se tratasse de um morto.

(Dicionário do Aurélio)

Fui brindado com um epitáfio. Poético dizem (não li ainda), mas não satírico. Um homônimo morreu. Assim escrito, um homônimo morreu, é tão frio quanto uma lápide. Mas era um colega, médico, que como eu todos chamavam por Pena, Peninha.
Lembro-me que naquela época muitos se surpreenderam quando apareci pelos bares e praia que freqüentava. "Pô cara, falaram que você tinha morrido!". E assim todos que sabiam que um Peninha havia morrido...

Meu caro João, da Enseada para o Centro
Teces momentos de total solidão.
Da curva próxima, a sorte imposta
Teria eu ficado sem meus horizontes
De mar calmo
De céu plúmbeo de outono
Mar azul de inverno.
Teria mais,
Deixado o Princesa,
O Pata Praia
muitos amigos
E, com certeza,
Havia muitos vinhos e cerveja
Muitos lugares em muitas mesas!
Teria deixado o sorriso de caiçaras
Ainda não sepultados pelo nada
De um presente desalentador.
Não pegaria mais o trenzinho
Rumo ao Tenório, ao Castelinho,
Ficaria silente sem ouvir a areia fina
Ao contato dos pés de muitas meninas
Que amamos às escondidas
Nas praias do norte ainda,
Livres e distantes
Não devastadas por quem de caiçara nada tem.
E ao cinema? As aulas cabuladas,
Os grupinhos pós missa, as filas,
Brilho do projetor,
A música anunciando o futebol,
C a i x a E c o n ô mi c a F e d e r a l
Expectativa, arrumar de corpos
Os verdadeiros uivos e assobios
Um tormento!
E por fim
Shhhhii Shhhhhhiii Shhhhhhhhiiiiii
O vôo do condor
 
O silêncio.
Quem ao jazigo traria, se morto estivesse,
As alegrias das noites,
Sunshine, Da Pesada, Madrugada, Boliche
Cerveja, cachaça e uísque?
Quantos festas perderia,
Dos bailes das quartas séries
Que além de formar, casavam
Nossos amigos e amigas
Por amor ou fortuito ou ambas desavenças?
Ninguém queria se casar
Em época de revolta, de rock, woodstock,
Generais e chafariz.
Todos corriam e pediam carona
Pro Betti's (em sua praia)
Pra Lagoa dos Patos
formatura no Horto
onde podíamos ir
ninguém voltava morto!
Do Perequê, do Itaguá, da Enseada,
Lázaro, Sununga, Almada
Trago vastas lembranças
De uma Ubatuba ainda amada
Por João, José, Marias e Antonios
E agora, João,
não são nem sinônimos,
são antônimos
Das aventuras que vivi
Em tempos que não morri.
João, o que fizemos,
Fizeram de nós!!!???
NOTA DO EDITOR: O artigo acima refere-se a poesia Pró-Existência publicada na UbaWeb nº 8.Fim do texto.

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