· HISTÓRIAS CAIÇARAS I
Driblando o Abuso de Autoridade
João Claro da Rocha - "Rochinha"
Texto adaptado por EASN
articulista@ubaweb.com
José Paulino, filho da terra, mais conhecido como Zé Cândido, foi policial da cavalaria, em Santos e em São Paulo. Uma ocasião, estando de férias, veio gozá-las em sua terra natal e não mais retornou ao quartel. Resultado: foi excluído da "Força Pública".
Aqui em Ubatuba, Zé Cândido não gostava de um certo policial que dava guarda no famoso Rancho do Galo, na Praia do Perequê-Açú. Certa noite, em um baile no famoso estabelecimento, entre duas e três da madrugada, Zé viu o Miguel, o tal policial que vinha dar guarda. Pensou consigo mesmo: "É hoje... Não vou perder esta oportunidade!"
Zé Cândido conhecia das artimanhas da polícia. Ficou escondido atrás da última palmeira, próxima à esquina do antigo Cine Iperoig, onde hoje funciona a Igreja Universal do Reino de Deus. Quando o policial passou pela palmeira, ele veio por trás e catapum! Deu-lhe uma canoinha no pé-da-orelha que o Miguel ali mesmo caiu e por ali ficou dormindo. O Zé deu no pé. Numa desabalada carreira voltou para o Perequê-Açú e foi para a casa do "polanês", como era o seu jeito cômico de pronunciar determinadas palavras. Já na casa do polonês, pensou consigo mesmo: "Bater num sujeito cara-a-cara dá processo, por isso, pelas costas é bem melhor..."
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· PORTO SEGURO
Roberto de Mamede Costa Leite
mamede@iconet.com.br
É hoje a imprensa livre quase que o único desaguadouro da cidadania agredida, especialmente quanto o é pelo 'pudê', quer o oficial, quer o oficioso.
Com os imensos problemas, de todos matizes, que assolam o Judiciário, temos dele justiça tardia, que pelo atraso vira injustiça.
Nossa natureza agredida necessita de porto seguro, rapidamente acessível, nestas grandes turbulências de injustiças que nos assolam cada vez mais. A falta de santuário que nos abrigue nos primeiros momentos da tempestade de falta de espírito público e solidariedade humana, nos leva ao naufrágio, a desesperança, ao sentimento de abandono.
Isto é fato sabido e doloridamente sentido quando nossa vez chega.
Para sobrevivermos, vamos desenvolvendo inúmeros mecanismos de defesa que metabolizem estes frutos amargos e injustos que encontramos pelos nossos caminhos nesta selva de arbítrio.
Infelizmente, desde que o mundo é mundo, não conseguiu a raça humana desenvolver mecanismo que a proteja, validamente, dos efeitos nocivos do engano e da mentira que nos infringe nosso semelhante. 'O homem é o lobo do homem'.
Assim, desesperamos quando nos falta este último abrigo da cidadania que é uma imprensa altiva, livre, comprometida com seus ideais mais altos, onde sobrepairam a Verdade e a Liberdade. Quando este simbólico e efetivo refúgio dos desvalidos do 'pudê' - a imprensa - se transforma em mais uma parada do arbítrio político, há que concluir, como diz o povo, que "nossa vaca da cidadania foi pro brejo".
É como muitos se sentem hoje em Ubatuba.
Exemplificando, semanas atrás fui agredido pessoalmente, assim como minha família, por carta pessoal e expressa do Sr. Prefeito de Ubatuba, publicada em semanário local.
Era texto menor, indevido, absurdo, descabido.
Semana seguinte, redigi texto respeitoso em sua forma, viril em seu fundo, verdadeiro e documentado em seu conteúdo. Fi-lo como DIREITO DE RESPOSTA, o que coloquei expressamente.
Não o publicaram e, naquele dia mesmo, pela noite, comuniquei-me com um dos proprietários do semanário, Dr. José Nélio de Carvalho, ex-prefeito de nossa cidade, fazendo-o ver que tinha direito legal e democrático da resposta. Que assumia com minha responsabilidade pessoal o que escrevesse em defesa de minha honra, de minha família e de nossa dignidade agredida.
Outra vez não publicaram e por isso, por duas vezes não cumpriram o que lhes cabia e ao que se tinham comprometido.
Vou recorrer ao Poder Judiciário em busca de meu direito de expressar-me com responsabilidade, em defesa dos direitos da honra de minha família e, mais amplamente, pelo direito de LIBERDADE DE IMPRENSA.
Esta mesma LIBERDADE DE IMPRENSA que a publicação da presente estará consubstanciando com a dignidade de costume.
Esta nossa terra de Ubatuba sofrida está a necessitar de um desaguadouro de nossas denúncias, de forma a ser sistematizado, para nossa defesa.
Para tanto lanço aqui uma idéia-semente para que se crie um SITE PARA A SALVAÇÃO CÍVICA DE UBATUBA para onde serão enviadas reclamações, queixas, denúncias e tudo o mais que nos permita avaliar e organizar para defesa de nossa cidadania agredida.
De início coloco meu e-mail ( mamede@iconet.com.br)para recolher as eventuais concordâncias e colaborações com o objetivo acima, para que, se a idéia encontrar ressonância, possamos organizar o 'site' para bem de toda nossa comunidade.
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