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Ano 1 - Nº 9 - Ubatuba, 14 de Junho de 1998
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· Cidadão do Mundo
    Eduardo Antonio de Souza Netto
    articulista@ubaweb.com

Cruzeiro de Anchieta em 1949 - Quadro de Wladimir Ferreira da Silva - 1997

De onde você é? Sou de Ubatuba. Sou ubatubano! - respondia com o peito cheio, com entusiasmo juvenil quando me abordavam, de passagem por outras cidades ou por aqui mesmo, pelos forasteiros, os nossos primevos turistas. Como se a minha Ubatuba fosse o melhor lugar na face da terra para uma pessoa ter nascido. Na verdade, era; mesmo que a gente não soubesse bem o porquê. A cidade era quase uma vila, não tinha o porte, os confortos do "progresso" que as cidades como, por exemplo, a quase vizinha Taubaté possuía. O brio da resposta, talvez fosse animado pelo fato de aquelas pessoas não terem o que tínhamos em abundância o ano inteiro: praias, o mar... Ou, quem sabe, para que não ficássemos por baixo, inferiorizados, diante daqueles metropolitanos ou interioranos cheios de empáfia, com aquele ar de superioridade, que fazia com que nos sentíssemos espécimens exóticos.. Talvez porque esta terra, esta cidade estivesse e esteja em nosso sangue de forma inextricável.

São vínculos indissolúveis que vêm de nossos antepassados. Há todo um discurso genético-caiçara em nossos ácidos desoxirribonucléicos. Há uma história, há uma cultura, há um pequeno mundo que, por mais subdesenvolvido, rudimentar que seja, foi nele, foi nesse espaço que pudemos existir. E aprendemos a amá-lo, principalmente com aqueles que, mesmo nas épocas mais difíceis, aqui permaneceram, nos dando conforto e educação, não abandonando a terrinha praiana por outras plagas.

Nos tempos atuais, isso já não acontece, são tempos em que as cidades perderam o sentido que tinham, em que a maioria das pessoas são contemporâneas entre si, que não criam raízes, porque estão sempre de passagem, procurando "ganhar a vida", como nômades. O que antes era um fator inerente às metrópoles ocorre hoje na maioria das cidades do interior. São novos tempos. É a tal da modernidade, da sociedade de consumo, das racionalizações tecnológicas e científicas. Há um sociólogo europeu que diz que o homem do futuro, em virtude do fim do emprego fixo, terá como referência de seu lugar no mundo o banco do automóvel. Porque o homem, sendo de todos os lugares, não será de lugar nenhum e, um dia, quando ao entardecer encostar a cabeça para descansar, adormecerá e terá o sono e os sonhos dos andarilhos e talvez já não saiba, então, de onde partiu, nem para onde haverá de querer chegar. Mas, quem sabe, tudo isso seja necessário, que talvez seja o momento de deixarmos a casa de nossos pais, que ela já não nos seja mais necessária e que talvez, caminhando por este mundo afora, o homem encontre seu verdadeiro caminho. Talvez, quem sabe?...Fim do texto.
· MACARRÃO À CAIÇARA
    Elisa Maria Antunes
    articulista@ubaweb.com

Um pacote de macarrão parafuso cozido com sal, ao dente.

Um quilo de cação cortado em pequenos pedaços, refogado em molho de tomate bem suculento. Após adicionar cheiro verde e alfavaca ou coentro.

Banana Prata ou da Terra, frita em fatias na quantidade suficiente para uma camada.

Duas latas de creme de leite.

Montagem do Prato

Colocar em camadas em um pirex fundo untado com azeite: o macarrão, o cação refogado com o molho, a banana frita. Por último, colocar o creme de leite com soro misturado com um pouco de sal e pimenta a gosto.

Levar ao forno por uns quinze minutos mais ou menos.Fim do texto.

 
Yacht Club de Ilhabela
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