· Para onde vai o homem novo?
Aládio Teixeira Leite Filho
articulista@ubaweb.com
Vivemos uma época dominada por uma profunda falta de sensibilidade para com os valores atávicos e, especialmente no caso de nossa cidade, até há alguns anos passados, perdida entre cadeias de montanhas cobertas por matas tropicais, limítrofes de mares azuis que languidamente, desde os princípios dos tempos, incansavelmente lambem praias de areias brancas, quando não, vermelhinhas.
Nesse admirável mundo de simplicidade, habitava uma gente humilde, que tinha no mar sua única possibilidade de subsistência, mas eram felizes, de dia pescavam e à noite, tendo o céu empedrado de estrelas e uma lua luminosa em primeiro plano, reinando solene, por testemunha enquanto cantavam canções singelas que os embevecia. Era um povo de muita fé, suas rezas curavam erisipelas, ataque de bichas, bicho de pé, tosse cumprida, dor-de-dente e até certos males de amor... De repente, não mais que de repente, como diria nosso poetinha, de saudosa memória, essa gente simplória e lírica foi surpreendida por uma longa e traiçoeira cobra preta, que em seu bojo trazia o que o povo de outras terras se referiam como progresso.
Do dia pra noite as praias, outrora selvagens, rapidamente encheram-se de inúmeras casas, imensas e bonitas, e o apetite voraz desta expansão imobiliária, num piscar de olhos, paparam as choupanas e seus ocupantes seduzidos pelas novas luzes néon ou de TVs, optaram pelo novo contexto que se instalava.
Cessaram as rezas, as festas, as inocentes cantorias, esqueceram principalmente o quanto haviam sido felizes, tudo pela vã ilusão de que um dia poderiam transformar-se em pessoas de fino trato e totalmente integrados ao novo estilo de vida, reedição do bezerro de ouro, onde o que de fato conta é o status.
O tempo, senhor da razão, mostrou que todos os sonhos alimentados por esta pobre gente, não passavam de moedas falsas. Hoje, este povo de que falamos, tal qual sua cultura, esvanece e, como Avalon, aos poucos vão se afastando, desaparecendo em espessas e pesadas brumas.
Por sua vez, os alienígenas que assaltaram esse litoral, em pouco tempo poluíram nossas praias e substituíram nossas matas por construções de péssimo gosto arquitetônico e, não satisfeitos, imaginaram leis que proíbem aos poucos caiçaras restantes de plantarem em suas terras, retirar areia de seus rios, limitaram seu mar, sendo que em várias partes do mesmo, segundo a última legislação saída quentinha do forno e já em vigor, proíbe terminantemente a pesca em vários locais, sendo que o infrator, se pego em fragrante delito, estará sujeito à prisão e pesadas multas. Do jeito que as coisas andam, para um cidadão viver nesta cidade, neste país, tem que fazer curso de direito, comprar um notebook, fazer um programa especifico com relação a leis e, todos os dias atualizá-lo, para consultar antes de cada passo a ser dado. Eta, eis mundo velho sem porteira!!!
Sem querer ofender, mas daria para os, entre aspas, legisladores ecologistas de plantão, antes de fazer suas leizinhas, sempre recheadas de boas intenções, consultar os pobres nativos que ficarão sobre a égide das mesmas? Ararinhas azuis, palmito, Mata Atlântica, macaco carvoeiro, mico-leão-dourado... nem tem dúvida, merecem e devem ser preservados!!! E os caiçaras? Vivem ou morrem? Tenderão a desaparecer, como de fato desaparecem, ou serão preservados? Se houver tempo para se conseguir o antídoto com o poder de reverter as inúmeras proibições a que estão submetidos, que funcionam tal qual camisas de força, a resposta é sim! Viverão! No caso de esse terrível vírus não mais poder ser detido e até evoluir, a resposta é não! Não passarão, não viverão! E aí, então, endureceremos e, sem dúvida, alguma, jamais poderemos resgatar uma de nossas maiores características, a ternura! E, quem quiser, que conte outra!!!
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· Notas sobre Nota$ :-)))
L. C. Santos Pena
articulista@ubaweb.com
Perguntinha inocente: a praça é nossa?
Segundo o Aurélio: Praça
Lugar público cercado de edifícios; largo.
Oxford Dictionary:
Área pública numa cidade, usada como jardim ou para recreação (traduzo livremente).
Fico com a definição do Oxford. Talvez por serem os ingleses mais versados em praças, jardins (vide Saint James Park, ou Hide Park, para citar alguns) que em sua definição conste que praça é uma área usada como jardim ou para recreação.
Há algum tempo, quando a televisão não imperava, aos domingos as pessoas iam à missa e depois ficavam pela praça. As crianças brincavam, comia-se pipoca, amendoim (o que aconteceu com o amendoim que não se vê mais?) enquanto os pais batiam papo. Havia a banda e cinema.
Hoje pode se dizer que o jovem não se interessa muito pela praça. Mas os pais continuam a levar seus filhos, netos, comer pipoca, chupar sorvete, a bater papo e a ouvir a banda no coreto. Quase todas as praças são assim, área pública usada como jardim ou para recreação.
Em Ubatuba por uso e costume ela continua tentando ser usada para recreação. O jardim há muito acabou. Onde havia grama há mato. A sujeira impera em todo o chão. Este está imundo. Ao lado da Igreja Matriz a mesma coisa. NÃO HÁ JARDIM. HÁ MATO. Só nós olhamos e vemos? O setor de urbanismo existe? O senhor prefeito e auxiliares não vão à praça? Aquilo está uma imundice, repito. A praça da matriz (principalmente) não é para ser deixada ao deus dará. Ela serve como cartão de visita de uma cidade. É ponto turístico, deve ser urbanizada, conservada e deixada ao uso de seus cidadãos. Se o mais simples não se vê, devemos imaginar o que acontece com o resto?
Administração:
Ação de administrar.
4. Conjunto de princípios, normas e funções que têm por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado.
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Perguntinha inocente: Os vereadores passeiam pela praça?
Perguntinha inocente: O presidente da Emdurb além daquele canto do aeroporto, passeia pela praça?
Perguntinha inocente: A Emdurb está em campanha oficial contra o turista?
Perguntinha inocente: Peste rima com Sabesp?
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