· saca-rôlhas
Pensamentos Oferecidos Pelo Sr. Joaquim do Bar da Esquina
« A sôidade é um sentimento qui entra plô curação duma pissôa i bai-se lá saver pur onde sai! »
« A mudulação da rótula pinumática nada mais é qui u murmurio sincrunizado da maçaneta sulfúrica. »
« U cumulo du ispiritismo é algãem fazer tricô cum a Lã Kardec. »
« Cãim não tãim cão caça cum ispingarda mesmo. »
« Cãim mata um pirnilongo cuméte um pirnilongocidio. »
« A garôa nada mais é qui uma tempestade com leocemia. »
« Só ixiste um ente mais vurru Qui u hómãem: é u vurro mesmo! »
« U vanhãiro é um tróço cumprido, côncabo, ôco i istupido. »
« Prá Deus ajudaire cãim cêdo madruga, imbentaram u dispertadôre. »
« Avistrato é tudo aquilo Qui a gente save qui ixiste, mas não pode pegare. Inzemplu: u lião. »
« É pelo suváco qui si conhéce u grau d'ingiéne duma pissôa. »
« U açucar é uma suvistância que dá gosto amargo ao café, quando si não lhu vota. »
« A milhór manãira di não si morrêire é continuar bibendo. »
N.R. - O Sr. Joaquim é de nacionalidade japonesa.
Nota do Editor: O Grêmio Estudantil 28 de Abril, do Ginásio Estadual Capitão Deolindo de Oliveira Santos, Ubatuba, SP, em 25 de Abril de 1969, lançou o Jornal saca-rôlhas, tendo como Diretor: Altamir de Lima e Redator-Chefe: José Carlos da Silva. O texto acima era um dos que compunham o primeiro número. Se ainda existisse, o saca-rôlhas, faria 29 anos no próximo dia 25.
|
|
· Ilhabela
Guia Rio-Santos Tour
mkm@iconet.com.br
História
O nome da Ilha de São Sebastião foi atribuído à ilha principal do arquipélago por Américo Vespúcio, navegante italiano a serviço da Coroa portuguesa, encarregado de conhecer e batizar lugares por onde passasse, na costa brasileira.
A Ilha de São Sebastião, com 330 km² de área, em 36 km de praias de águas cristalinas, intercaladas em 129 km de costões, quase quatrocentas cachoeiras e picos altos como o Baepi.
O navegador passou pela ilha em 1502. Era um local de descanso dos tupinambás, que a chamavam de Ciribaí (lugar tranqüilo). Com as caravelas vieram também as naus piratas, que aproveitando a posição estratégica da ilha, a tornaram refúgio e esconderijo de seus tesouros. Até hoje sonhadores procuram as fortunas ocultas em locais como o Saco do Sombrio, na parte leste.
Com a concessão de uma sesmaria em 1608, a Diogo de Unhate, inicia-se o povoamento. Aparecem culturas de fumo, banana, cana e os engenhos de açúcar e aguardente, além da mandioca, ainda cultivada pelas comunidades caiçaras.
No fim do século XVII e começo do século XVIII, a ilha era próspera, com engenhos e comércio. A elevação do povoado a categoria de vila só ocorreria em 3 de setembro de 1805, quando recebeu o nome de Villa Bella da Princeza. Contava na época com três mil moradores.
Afugentados os piratas, Ilhabela viu-se transformada em local de desembarque de escravos contrabandeados, na metade do século XIX, com a proibição do comércio negreiro. Os navios fundeavam na baía dos Castelhanos e os escravos atravessavam a pé a difícil topografia da Ilha, sendo introduzidos no continente.
A abundância da mão-de-obra escrava terminou por fazer com que Ilhabela atingisse seu ápice econômico. Mais de trinta engenhos de açúcar proliferavam ao redor da Ilha. Muita mata nativa deu lugar à cana de açúcar.
Calendário
O folclore de Ilhabela se destaca na Congada de São Benedito, em maio. Nela, há os rituais da alvorada com rojões e morteiros, quermesse com leilão, ucharia, ou casa da festa e procissão. O grupo de cantadores e instrumentistas, com a bandeira de São Benedito, anda entoando o bendito, o martírio, a oração de Santa Verônica e o agradecimento. O grupo, antigamente, pedia donativos, saindo de madrugada para visitar as casas, um mês antes da festa.
A figura de maior projeção da Congada é o Rei. Ele reinterpreta os Reis de Congo, africanos e crioulos, coroados no Brasil, a partir do século XVII, e em cujas festas nasceram as Congadas e os Moçambiques.
Somente na Congada de Ilhabela, pode-se ouvir, hoje, a marimba de teclas de madeira e cabaças.
A procissão marítima de São Pedro Pescador acontece em junho, compondo com as festas da praia do Portinho as comemorações do mês. A Festa de Santa Verônica, na praia do Bonete, é a única em latim. Em agosto, no mês do folclore, a prefeitura promove eventos populares. Em setembro, aniversário da cidade, desfilam fanfarras e realizam-se bailes concorridos.
O carnaval de Ilhabela destaca-se por atrações tradicionais, porém bizarras. Entre elas, o banho da Dorotéia e o futebol das moças. Nos dois eventos, homens vestidos de mulheres fazem a festa. Há ainda escolas e blocos animados.
|