Beber todo mundo bebe. A bebida foi feita para o homem, mas o homem não foi feito para a bebida. Talvez tenha faltado ao Larry Rother, do New York Times, as perguntinhas básicas: quanto bebe, como, com quem, onde, quando e por quê. O New York Times é aquele jornal bastante citado pelos noticiários da TV Globo como modelo de isenção quando mete o sarrafo no George Bush, mas que foi execrado quando publicou a matéria sobre os problemas etílicos do senhor que ocupa a presidência da nossa República.

Cabe aqui dizer, en passant, que a TV Globo é tão isenta que me dá convulsões e me leva a crer que ela está empenhadíssima para que votemos no democrata Kerry em vez de no republicano Bush nas próximas eleições norte-americanas. Como toda unanimidade contra o Bush e os EUA é burra, e como sou politicamente incorreto, estou convicto de que arrancar Sadan Hussein do poder, dar combate sem trégua, dó ou piedade aos terroristas e ao radicalismo islâmico é e está sendo a maior e melhor ação humanitária deste século.

Se descobrissem que o Bush é chegado num scotchzinho, isso abalaria o império? Não creio. Não serviria nem mesmo de argumento para os democratas, pois estes já tiveram na Casa Branca um que era notoriamente chegado numa felaçãozinha em horário de expediente.

A presidência de uma república foi feita para ser ocupada por um homem, mas o homem não foi feito para a presidência. Se todo homem fosse feito para a presidência, não precisaríamos dela. Agora, se precisamos de que alguém ocupe a presidência é preciso que esse alguém esteja à altura dela e não o contrário. Além do mais, o sujeito não é, ele está presidente. Sic transit gloria mundi.

Se o Jânio podia, porque o Luiz não pode? Mas esse negócio de bebida não é fácil. Se você bebe, enche a cara em companhia da pessoa errada... In vino veritas! Sem falar que, segundo os expertos, fiofó de socialista bêbado não tem dono. Os que estão no poder, que não deixam de sonhar com o socialismo real, perderam a oportunidade de ter um argumento e tanto para justificar certos desvios no rumo revolucionário. Quando o presidente disse lá fora que ia acabar com a fome no mundo, poderiam argumentar: "Não, não é bem assim, o homem tomou umaszinhas a mais e..." Haja tédio. Memento, homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris.