Julinho Mendes | |
As telhas de barro, no período colonial, eram confeccionadas pelos escravos, esses modelavam o artefato de barro nas próprias cochas. Se comparado com o telhado de palha de sapê, foi uma novidade inovadora, sendo que, cada telha assumia um tamanho e formato diferente. Tempos depois, a qualquer serviço porco e malfeito, fizeram péssima e pejorativa comparação, às telhas produzidas pelos escravos. “Numa pequena cidade do interior, depois de elaborar um projeto para reurbanização de uma avenida, o prefeito conseguiu aprovação e dinheiro do governo do Estado para execução da obra. Tão logo iniciou a obra, o presidente da câmara municipal, daquela cidade, determinou a criação de uma comissão fiscalizadora composta por três vereadores para fiscalizar as etapas da obra do prefeito. De forma consciente e responsável o prefeito também convocou dois de seus engenheiros, para acompanhar a feitura técnica e prática da obra. A obra foi iniciada e logo a concretagem de uma grande área de piso foi concluída. Tanto os engenheiros do prefeito como a comissão fiscalizadora da câmara municipal foram analisar o trabalho executado, e aí depararam com um grande absurdo, um “erro” ou não, primário e infantil naquele piso concretado. Imediatamente chamaram o chefe da empreiteira que executou a concretagem: - Pois não, senhores, o que aconteceu? - Perguntou o chefe da empreiteira. Um dos vereadores, simples em sua formação, mas consciente de sua obrigação e sabedor de que aquele serviço estava errado, assim falou: - Que titica de concretagem é essa que o senhor fez no piso da avenida de nossa cidade? Um dos engenheiros, com mais categoria e argumentos técnicos, também falou: - Pois é, senhor empreiteiro, vocês concretaram o piso de nossa avenida sem antes colocarem JUNTAS DE DILATAÇÃO e como vemos aí, esse concreto, devido as intempéries natural do tempo, está rachando tudo. Isso não poderia ter acontecido! No outro dia o prefeito chamou a empreiteira e ordenou, pela força da lei e do contrato, que aquela concretagem fosse retirada e feita uma nova, conforme normas técnicas para tal serviço.” Nessa história vemos um prefeito responsável e vereadores cumprindo com seu papel e dever. Esses sim, pode-se dizer que amam sua cidade e têm consciência de que em pleno século XXI a forma de se fazer telhas é toda padronizada, sistematizada, de bom acabamento e durabilidade. O povo dessa cidade tem plena certeza e confiança naqueles que elegeram para governar e administrar a cidade em que vivem. Fazer “nas cochas” é coisa do passado! Mas o oba oba com o dinheiro público, a irresponsabilidade e falta de consciência dos agentes políticos, ainda prevalece em muitas cidades desse nosso Brasil e, salvo algumas exceções, o povo também tem responsabilidade nisso, porque não enxerga as mazelas, vende seu voto, elege e reelege políticos ruins e mal intencionados. Em breve, mais uma oportunidade teremos para mudar; mudando, conscientizar a classe política que o povo está atento a tudo que rola na cidade. Viva o povo brasileiro!
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