Tevê à manivela
“Assim como os culpados são sempre os outros, também os últimos serão sempre os primeiros a reclamar”. Enfim, mais uma do “Efeito Brasil” em épocas atuais, aceitam-se daqui, analisam dali, empurram para frente, batem boca – alguns até sorriem cabisbaixos, amarelados –, e vamos todos seguindo a velha canção. Como se adiar, ganhar tempo, principalmente entre vossas excelências fosse ser diferente. E é bom lembrar que estamos de roupagem renovada na Câmara e no Senado. Daí um pouco de bate boca na CCJ para esquentar o clima. Só troca de gentilezas nunca funcionou, verdade. O que temos até filmagens extras de smartphones para ganhar maior credibilidade nas redes sociais. Abre aspas. Se a mímica política, o jogo de bafo, os citados exemplos de governos anteriores podem ser deixados de lado, melhor não poupar os esforços como do bom ventríloquo com seu personagem principal em ação. Fecha aspas. Certamente que previsões seja mesmo de fato o que mais temos por hora como de mudanças, apertos, enxugamento da máquina, se o quanto dizem que o presidente Bolsonaro vem errando, se chega ao fim do seu mandato; pesquisas aceleradas e mal creditadas por emissoras televisivas, tudo o mais parece um jogo de fichas. Sai ou não sai a nossa ansiada Reforma da Previdência, enquanto lideranças “nada investigadas” preferem dar andamento em outras pautas? Pois, a concorrência daquelas velhas lideranças, que não ganharam as eleições passadas a exemplo de Ciro Gomes e Cia., essas continuam buscando plateias. Palcos é que não faltam com distribuição de farpas com respostas do que realmente é preciso para tirar o país da lama. “Algum beneficiado por empreiteiras hoje?” Noutra linha de tiro, estamos lidando com golpistas, enquanto outros gritam esquerdistas, direitistas, bolsonaristas, de calibre via perseguição política, “Lula-livre”, ou que a lei não é igual para todos de modo que habeas corpus são concedidos feito “carimbássos” aos mais chegados, com o perdão da palavra nesta minha fala. A liberdade de expressão, acreditamos, ainda deve estar vigorando. Porém, todo cuidado é pouco hoje em dia com aquilo que falamos, menos com as línguas soltas em plenário. Ou que talvez o clima de efeito estufa pode mesmo ser desentupido dependendo da necessidade do momento por qualquer um. Esconder dinheiro na cueca pode, desvio de verbas públicas, carregar numa mala de dinheiro pizzaria afora (Rocha Loures?), roubar dinheiro de aposentados, acumular denúncias, virar réu seguidas vezes (Renan Calheiros, Aécio Neves, Beto Richa etc.) só tem feito para aumentar a lista da Lava Jato. E dá-lhe Efeito Supremo enquanto novos desdobramentos de corrupção passiva/ativa, obstrução de justiça não perdem rumos. Se por outro lado os tais panos para as mangas ainda vale como de estender a situação, discussão em plenário, historinhas politiqueiras, haja corrimento também de tintas seca. Ainda mais quando a crítica, uma ofensa ou denúncia de praxe vai sempre para cima de tamanhas honestidades que nunca meteram a mão limpa em nada! Panos para as mangas, isto sim, é o que mais está rolando neste exato momento. E dizem que o relógio, o precioso tempo, também continua correndo!
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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