Tevê à manivela
“Coisa que na política do aqui se faz, aqui se paga, todo cuidado é pouco para não sairmos sempre no prejuízo”. Hora de diminuir o tamanho do estado, enxugar a máquina, diminuir os gastos. Se o Brasil continua gastando mal, ora pois, as contas chegam. Muitas delas não fecham e é como passado tantos anos-luz de governos/desgovernos a retórica tem sido sempre a mesma. Como versou certo poeta, “parece que não crescemos”. Muito durante os últimos trinta anos - e bem, claro - muito antes do prometido Milagre do Crescimento! Se de breves intervalos de melhoras aplaudimos algo aqui, algo ali, mas, de verdade mesmo muitos governantes arregaçaram as mangas. Porém, promessas mal subiram e sim desceram aos montes. Certamente, daqueles que “surgiram” preparados para oferecer ajuda imediata ao que mais a sociedade necessita. Políticos da atualidade? Ora os políticos, todos nutridos de boa vontade e sim - isto sim, para trabalharem em benefício próprio. “Já arregacei as mangas, podemos começar?” Via de regra, trabalhar com empenho, focado em resolver problemas, reunir forças com os demais, talvez mesmo isso não tenha funcionado como a verdadeira “ferramenta do sistema” que, por lógica, do assunto e não apenas da lábia de campanhas, deveria funcionar. Afinal, confiança política em pouco funcionou por esses quadrantes. Tanto que há pouco festejaram, discursaram em Casas renovadas! Congresso, Senado, com juros de empenho e tudo. Enfim, brilhantismo do presidente Bolsonaro em Israel, pontaria perfeita - sete tiros em cheio, no alvo! - agora esperamos no que vai isso dar. E não apenas permanecermos entregues sempre às “Paredes das nossas Lamentações” e que me perdoem o trocadilho aqui com o das “Lamentações”, em Jerusalém. Mas é que as nossas expectativas sempre ganham além, muito além de deserto de ideias com o que mais por esses lados esteja acontecendo constantemente. Mais medidas imediatas a serem tomadas com urgência? O pacote anti-crime sai ou não sai? Vamos emendar a Previdência, ajustar, para que saia finalmente do papel e entre em vigor ou vamos apostar em esforços diplomáticos enquanto a margem de 12 milhões de desempregados não tenham esperança de ser melhorada para mais uma década? E quantos mais condenados pela Lava Jato serão gratificados por “habeas corpus” nas próximas horas, só para lembrar? E mais! Michel Temer volta ou não volta para a prisão? Isso tudo dentre outras medidas mais dentro de uma lista enorme de apontados em crimes como peculato, formação de quadrilha, corrupção em andamento. Ministros e ministeriáveis (idem, beneficiados) ganham em gênero, número e grau. Ou seja, se de um lado o crime prescreve não é por isso que deixou de ser continuado.
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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