Tevê à manivela
“Uma vez que por esses lados tudo é válido, até o ex-presidente Lula sendo condenado anos a fio de prisão, mas, permanecendo livre e solto para bradar, rosnar e blasfemar com o que mais vier... é bom trocar as pilhas”. Então, vamos lá – e também ao gosto do nosso conceituado mundo político e de mais ninguém? Ou seja, ao que tudo indica, tudo está mesmo direcionado até por conta do período recessivo parlamentar, talvez na casa do “isso pode esperar para depois”, temos todos que compreender. Se o Rodrigo Janot (com sua lista) não tem pressa em lançar nova denúncia de crime comum contra o presidente Michel Temer, ora, quem tem pressa come cru, semi-congelado, resfriado! Ou, ora então, que se cumpra o calendário em andamento. Porém, nada do que aqui está poderá mais ser mudado. Se a carne é fraca, os bolsos, as contas de muitos, não! E já estamos falando do que mais fica para o oitavo mês do ano, conforme o calendário gregoriano – talvez rebatizado por esses lados como “brasilianos”, afinal, temos até uma “Suprema Côrte”, uáu! – por decreto, brindemos também os nossos gloriosos Césares Augustos presentes e “supra” bem entendidos. Mas que com ou sem quórum todos aproveitaram o momento para abocanhar mais um quinhão neste jogo dos milhões. Nessa tacada, Temer liberou R$ 15,3 bilhões antes da votação de denúncia na CCJ. Coisa que para o Ministério do Planejamento, “a liberação de recursos para municípios trata-se de procedimento absolutamente normal”. Lógico, esqueçamos um pouco (da saída?crucial da crise e vamos todos festejamos o momento de votações já que não houve crime algum por gravações enganosas, cheias de cortes censurados. Ou que tudo seja mesmo – e coincidentemente – muito natural para a nossa política emperrada. Digamos, apoio versus repasses bilionários para garantir apoio de bases aliadas. Coisas passageiras, repetimos, em épocas de denúncias de corrupção passiva, declarada e nada mais! Um pouco mais da nossa vultosa/irreverente caravana que tão ligeira passa enquanto os cães ladram, escancaradamente, sem pedir licença prévia ao seu mais alto anfitrião, conforme cita o provérbio árabe? Bá! Também para agosto pendência contra senadores que naquela “excelente” data de outro dia que (esfomeados pelas “quentinhas”) ocuparam a mesa do plenário de presidente (investigado pela Lava Jato) Eunício Oliveira, assumisse os trabalhos para a votação da reforma trabalhista, etecetera coisa e tal. Pois, sim, o senador Aécio Neves, com sua inabalável postura se senador e vida pública com pedidos de desculpas por quebra de decoro, palavrões a mil, lançado, para o aguardado oitavo mês. Como? Mas um apagão? Faltou luz, quem sabe um gerador a tiracolo para melhor clarear as ideias de todos em plenário, melhorar os ânimos, essas engenhocas de última geração? Um Smartphone Parlamentar, hein? Em tempo! Se o mundo ainda gira? Ah, bom, só queria saber em que sentido está girando agora! Já sobre aquela história do mal que não pode ser cortado pela raiz, é bom que se lembre que ele continua produzindo seus frutos! Digamos, ao bom gosto de todos, ou mesmo, de tudo!
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
|