Tevê à manivela
Apenas num pequeno breve de abertura, de Bobo, de Bobo mesmo, e de verdade, o Bobo da Corte não tinha nada! E adivinhe só quem mesmo ele colocava para rir no trono e plateia bem uniformizada enquanto tão bem faturava? “Dou-lhe uma, dou-lhe duas”... ? Sem pensar em fazer vistas grossas, quanto menos fechar o cenho, ou pretender fazer bico aqui e mesmo falar com o reboque das paredes, eis a deixa do assunto. Mas nada de citar fórmulas batidas. Nossos politicamente corretos tem sempre uma meia dúzia (no máximo) de afirmativas prontas – e das mais decoradas – para soltar. Se da ponta da língua, do gogó e da garganta para fora, como se ninguém mais já estivesse morado no assunto. Mentira cabeluda na fachada eles talvez tenham até ganhado além de tratamentos capilares como tinturas clássicas nada atrativas. Contar sempre mais uma não lhes custa nada. Nessa nem vamos arriscar quantos são os tons de cinza apresentados por cada partido. Digamos, o que mais podem querer mostrar em (de)serviço aos seus mandatos e pastas sobre o certo, o duvidoso com a repescagem do que seja ocioso? Se não são todos, 99,9% dos nossos eleitos vivem num reino. Culpa do eleitor que é obrigado a votar uma vez a tal confiança em quem, bom... Alguns até na pele, ops, no vulto de fantasmas não estão reclamando de estarem entre os três poderes e cargos de confiança. Político que não faz nada, e só recebe, devia de ter o diploma cassado automaticamente. Sem o perdão, o lenga-lenga, a lábia dos fóruns privilegiados que diferenciam os mesmos da “Lei”! Aquela, sic, que sacramentam ser igual para todos. Sinônimo de blindagem com “roubartinagem” na cara dura? Agora, perguntado ao conselheiro Abuelito (que continua não sabendo de nada) sobre a quantas anda a economia brasileira frente às comemorativas de governo, nossos ministeriáveis chegam a esboçar tímidos risos, esquecendo-se de denúncias. Vai que um só deles resolvesse abrir o jogo e nada de pedir delação premiada! Só que assim. Vaga esperança numa breve versão: “Ossos do ofício versus o emprego do artifício não preenchem nada”. Sequer o almoxarifado virtual. Não é mesmo senhores Eliseu Padilha, Henrique Meirelles e Cia, entre outras Vossas Excelências sempre bem intencionadas? Denúncias vazias, oras, esqueçam as tais denúncias vazias e mal fundamentadas que não levam a nada! Acumulem, engavetem os processos! Numa breve, porém, nada arbitrária e exposição de lista de chamada no tocante à cassação – histórica? – da chapa (quente/fria) de Dilma-Temer, a coisa só deveria mesmo ser do tipo “cautelosa”. Conforme o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, “não há prazo para a conclusão”. E deveria ao que podia ter acontecido logo em fins de 2016? Haja esperança! Essa ainda que nos tarde um pouco mais! Filosofando a desdita da semana, ficamos: “Talvez haja ainda o lado bom da luz por aqui! Ainda que tudo ande tão obscuro e escuro, talvez haja! Quem sabe até mesmo no universo afogado das palavras”...
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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