Tevê à manivela
“É preciso evitar o voo cego”, dizem. Certos casos, favor não esquecer tapar também os ouvidos para melhor passar. Como evitá–los em épocas atuais vem a ser a grande questão. O tempo passou e parece que muita coisa não evoluiu. A começar pela condição humana e as diferenças sociais que entram sempre em evidência. O mundo parece que não evoluiu! Com tanta riqueza nas mãos de poucos, tantos (milhões, de pessoas) convivem com pouco. A miséria – coisa de miseráveis, miserabilidade – jamais sairá de cena, porquanto alguns mais atentos coloquem panos para tapar a desdita em cima de uma rede de mentiras. Temática que da lógica a não lógica da ação, eis parte do engodo, quando figuras na pele de Vossas Excelências e nobres eleitos pelo povo parecem sempre querer tomar conta da situação. Porém, pouco preocupados da enorme parcela que tem garantidos em seus saldos bancários! Ou será que alguém já ouviu falar de greve política por melhores salários e demais mordomias esfregadas na cara do povo? Salários milionários, isso fora as cifras tiradas por fora. Só para pichar o bloquinho, o Mensalão que nunca existiu! Lembramos (idem) do guru Lula fervorosamente reforçando a frase até hoje e quem sabe repetirá, beirando o sinal dos tempos. Por certo – e bem mais que certo – muito de alguma Receita ainda deve estar circulando em paraísos fiscais na sequência do Petrolão. Por outro lado, segue ainda invicta nossa rede de denúncias quando empreiteiras renomadas desembolsam valores como nunca se ouviu dantes. Vai que esse montante fosse utilizado para praticar gestos sociais a quantas o país não estaria! Há quem aponte – grosso modo de dizer – que a nossa democracia (ora tão escravizada) funcionaria melhor sem o Congresso! E por que não questionar um breve, “Para que serve um parlamentar”, bancado pelo contribuinte que leva sempre a pior? Políticos, ora os políticos, os políticos preocupam–se mais com os seus bens e o resto são as discurseiras de todo mandato assoberbado. Os marqueteiros que à la João Santana e Mônica Regina que nos digam de passagem, só para ilustrar o certo do errado. Agora, se precaver do indivíduo que se autopromove de maneira organizada e sistemática, esse jamais sairá de cena. Quem sabe o tipo, “aquilo que converge sempre diverge”. O marketink político, enfim, sempre estará em ação. Mas claro, Marco Valério, Duda Mendonça e Cia., sem pular a “Tesouraria” de renomes como na ossada “confiável” de João Vaccari Neto (idem e Cia.) estenderam carreiras a muitos além de Institutos. Nesse segmento, o jogo do poder subiu às alturas. E não é à toa que acompanhamos sorridentes figuras públicas atuando em plenário, invictas, como se nada tivesse acontecido. “Sorriam! Nós também queremos ser filmados!” Mas como, alguém aí falou sobre a “Lei do Esquecimento”, inércia partidária, sustentabilidade, sobre a quantas andam os batimentos pelo fim do foro privilegiado? Ou daquilo que de tão profundo soltou o “apontado” Romero Jucá, “Se acabar, que seja uma suruba”! Nossa, como todos estamos bem servidos na paleta de opcionais partidários. Nesse quesito alegoria política parece que o mundo também não evoluiu! Coisa que a propósito do viés da palavra, evoluímos muito, sim, enquanto a farra continua.
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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