Tevê à manivela
Privilegiado, anote-se de cabeceira antes que vá para a linha do esquecimento, sim? E como não podia faltar em todo capítulo final de novela/período de longa cassação, o choro do Eduardo Cunha que livrou o país do PT vem a público! Mas não desta vez o choro de uma Excelência que não mereça toda a nossa atenção! E cadê a atenção daquele a quem a tantos livrou em meio a essa arrancada toda de país falido? Não fosse o Eduardo Cunha, isto sim, o “Partidão 13” e seu bando ainda estaria reinando. Tomem nota disso! Entramos para a história do líder que aprovou o impeachment “Dilmista: uma vez arrogante, sempre arrogante”. Certamente e como não poderia deixar de (o) ser, tudo por “quebra de decoro parlamentar”! Contas no Brasil além – e muito além – de paraísos fiscais, e quem não as tem dentro desse círculo vicioso de juntar um bom punhado de dólares para garantir uma aposentadoria tipo presidencial e a altura de um representante do povo. Ah, não, esperteza política quanto ao “foro” privilegiado não há! De repente, escudo de defesa. Uma artimanha declarada a céu aberto e nada mais. Quiçá, os políticos tem que viver num reinado todo especial, comendo frutos $ e saboreando doces manjares nível Caixas Empreiteiras 1-2-3 dentre outras cositas mas... Quebra de Decoro Parlamentar, sim senhor, Eduardo Cunha – e considerado por muitos até como mesmo um Herói Bandido! O parlamentar que livrou a cara do país frente a pergunta que por certo ainda ficará entalada na cabeça do eleitor – pobre eleitor – assim: “Mas e quanto ao restante investigado (e sabido) de arquivadas/recentes `quebras´, como é que fica? Cadê demais Vossas Excelências de dedo em riste e nariz empinado?” Eis então o grande por que da pergunta do que seria o fim da carreira política de um atuante que cometeu só uns desvios. Coisa pouca. Uma besteirinha nada exorbitante dentre os destaques que estão por lá, jurando através do enfático “pelo meu...” ao peso do isopor língua-dental a que foram privilegiados. O povo, ora o povo. Se a novela da cassação do Eduardo (nossa tivemos até uma Tia Eron em capítulo de pix esconde numa das Comissões outro dia), durou quase um ano, quantas minisséries não deveriam estar estreando. Aliás, estão, mas estão protegidas por alguns dos canais Supremos Supremacia, algo que extraído do latim Summum Imperium para engordarmos aqui o enredo! Claríssimo, dito e feito que em festiva votação de intervaldo/virada do dia de 12 para 13 de setembro de 2016, nobres deputados favoráveis à cassação, desferindo palavras de Alto Baixo Escalão – a de “golpista” tinha que ser a maior no tempero do sal grosso da rodada... Voilá, até Dilma Roussef deve ter dado seus pulinhos e “peidinhos” (ops) no sofá pela marca atingida. E se ela não e mais a “Presidenta” do Brasil, o Eduardo também não é mais o presidente do Congresso Nacional e bico calado! Em tempo! Como não devo negar aqui – incluindo nesse pacote também a voz de milhares de brasileiros e de Ouvidores-Mor que acompanharam o montante –, importando ou não a soma de dinheiro que do Eduardo Cunha tenha empilhado lá fora, da minha parte merece uma moeda-Brasil! Dessas do tipo bem Cunhadas!
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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