Tevê à manivela
Quando alguns ainda resmungam com toda certeza que um dia isso também possa virar lei, nada a rosnar de bom tamanho que por aqui tudo se cria, os parlamentares combinam e tudo se transforma até uma semana antes em dia de impeachment da Dilma Roussef! Certamente, tudo é possível além do jogo do bafo apertado. E por que não arrematar logo de cara por aqui sobre o “Golpe do golpe” de juiz e juízes sentenciadores? Pedido de desculpas sobrou pelas beiradas dentre demais discussões acaloradas. Enfim, como na nossa falida política altaneira – e porque não além de meio que bucaneira, não duvidem – a teoria com o que dita a prática passa batida. Alhures! O tal do “jeitinho” de combinar as coisas funciona aonde você estiver e não se esqueçam de mim. Sem dúvida, aquela outra lei cabida ao Gerson – de tabela – tem seu peso. “Era desproporcional inabilitar e punir”, como disse Renan Calheiros na sequência ansiada do que viria a saber por milhões de brasileiros, sic, momento histórico em “Dia D”! Mais uma vez, pós “Era Collorida” o país falido entrou para os livros. E um breve “viva” para o que citam de apeamento político e direitos preservados. Junte-se a isto o calhamaço de processos nas costas daqueles que ditam as regras por essas bandas e que sequer fogem da nossa lembrança enquanto o que manda a Constituição em um dos seus parágrafos descaradamente rasgado. Claríssimo, punir quem contribuiu para falir nossas esperanças para quê? Não basta ser agora uma “ex-presidenta” desempregada com aposentadoria vitalícia, hoje na casa dos 30 mil, seguranças, carros, mordomias mas que não vai para a fila do RH em busca da carteira assinada. “O Palácio do Alvorada já está desabitado, sem vida, da figura criatura Dilma Roussef?, perguntam seus súditos”. E bolas! “Manhê, o caminhão da Granero chegou”... Não obstante a isso, as Operações Brasil afora da PF continuam. E com isso um outro “ex-presidente” segue reinando com sua arrogância, voz rouca, como se a Justiça não existisse para ele. Claro, o tal telefonema talvez sequer registrado por escutas ou que os acovardados do STF não condenaram ninguém. Querem mais é prender o juiz Moro e salvem-se quem puder pois a corrupção não tem fim! Ainda mais às vésperas de eleições municipais, santinhos, doações do outro mundo e a velha promessa do que jamais vai emperrar por estados e mais estados; municípios e mais municípios! Óbvio, levando em consideração a tudo isso, hajam atenções, acatamentos, “deferências” ou que um nada “Obrigado, Enrique Ricardo Lewandowski” possa vir a calhar e/ou burlar as linhas da Constituição, repetimos, enquanto circulares admitem que a MBL cassará seu mandato. Sombras de dúvidas do ademais cotoveladas, “mata-leão”, puxões de orelha e do que mais possa surgir por essa tramoia toda é haveremos de aguardar. Mas que burlaram a lei, ah! se, descaradamente burlaram...
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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