Tevê à manviela
Com tanta novidade em praticamente todas as emissoras a cada começo de ano – senão em todas, melhor corrigir antes que a linha da crítica desabe – programações de ontem é o que não faltam como vias de entretenimento. Coisa que para tais armar o riso vai daquele que fica louco para observar detalhes ou quando o riso também pode ser reprogramado. Ressacol televisivo até em programas de calouros que são oferecidos pela ordem de preencher espaços, do matar tempo. Do Fla Flu imperdível! Se bem que o meu ando querendo rever de volta! E uma vez dado o feito que repetir é preciso (para um bom entendedor podemos pular no clique da vez), suspirar é preciso frente às nossas disputadas “babás eletrônicas” que ainda podiam – e podem – ser adquiridas a juros bem baixinhos. Bem baixinhos e do tipo que cabe no seu bolso antes mesmo desse poder passar pela máquina de lavar com o incurso do “encolhe tudo”. “Querida, meu salário sumiu! Vamos ter que devolver o visor à distância da marca alemã ´Telefulkim` semi nova pro fabricante”. Fazer o que em hora de arrochos e sumiços salariais quando sequer nossa tão enfática presidenta Dilma ainda lá não percebia a avalanche da crise, já descendo a ladeira abaixo – é lógico – e afirmando grossamente termos dinheiro de sobra para gastar até no futebol junto às súplicas de ajustes para pagar a conta. O que não deixa de ser nessa fala mais nova reprise vista ontem e daquelas de espessura Duracelsius. Fluxo de caixa? Ora essa, estamos mais é para refluxo e aí das queixas do FMI para tapar o nosso invólucro de buraco negro. Que promete ser longo, vazio e duradouro. “Nossa, mamãe, recuamos às margens plácidas! E cadê o tal do berço esplêndido, hein? Foi pra cucuia, pro Lojão do Real, é?” Coisa que a pensar do velho ditado do comido – quem disse não? – lembrado, na hora da fome comemos o que tem! Quando não usamos apenas os olhos, suplicando aquilo que cresce mais além do nariz. A fome ensina, dizem! Frente à telinha de televisão e a curta visão ocular o desafio vem múltiplo. E não vamos falar em BBB´16, Pedro Bial, do mingau, que isso é assunto batido/empoeirado. Sem esquecer o enormemente exaustivo e carregado no sal grosso tamanhas afinidades entre os participantes da rodada. O que só dá mesmo para acompanhar na mudança do clique da mudança de canal. Salve o controle remoto sempre à mão. Mais uma linha para os blocos carnavalescos que uma vez mais estão aí para a alegria folia do povo – afinal todos nós queremos sacudir, de alguma forma, levantar a poeira e dar volta por cima, hã? Marchinhas é o que não vai faltar até nos versos do “Japonês da Federal” e que veio para alegrar na “Ordem do Lava Jato” junto àquelas demais que vão juntar-se a tão inflada “Operação Corrupção Brasil”. Nesse quesito de abre alas somos campeões mundiais pra lá do “Alá-lá-ô dos ladrões do Mensalão e do Petrolão” dentre outras alegorias mais! A Orquestra vai ser única e por demais “arqui” sambódroma! Do jeito que o diabo e os corruptos gostam! Fechando o dito pelo não dito aí pra cima que as reprises estão no meio de nós – nada em dispensar aquelas obtidas como do cinema mudo – o duro mesmo é afirmar com todas as letras verdadeiramente aonde podemos chegar. Com tantas novidades/verdades e inverdades servidas de bandeja é só não dispensar o que seja do bom uso dos ossos do ofício com as alegorias do artifício. De resto, ora essa, de resto – como de sobra – favor não dispensar a oferta dos panos pras mangas e do que temos aos montões. – Próximo caso! E nada de furar a fila...
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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