Tevê à manivela
“Sim, e mais a propósito do que, a fila ainda anda? Se não anda é porque continuamos parados?”... Vamos lá! Abram logo o tema, a desdita 1000 Dil Maravilhas, o que for, porém, observe-se lá que em dias de hoje, só de pensar em querer fazer sombra com o efeito quebra galho fino, a folha seca, direito a água fresca, acreditamos que seja parada dura. Ofuscante ou não, era briluz, meu povo. Era briluz pouco otimista, mas, é o que temos na bandeja de ofertas. Porque cutucar também o desenrolar das palavras, direito a ver o sol nascer redondo anda sendo tarefa das mais impossíveis. – Verdade, o Brasil está mesmo em processo de liquidação? Barraquinhas, coisa e tal? Quando exatamente cabe a pergunta (nada) de praxe – e sempre em cena – que não há de calar, conseguimos enxergar a luz no fundo do túnel? Não. E em que direção o trem está rodando a essa hora da noite? Honestidade tem peso! A máquina ainda não emperrou, de toda? Quem sabe alguma sobra de medidas emergenciais, sem maldosas abreviações, Carfs manias... Voilá! Nada remoto e num breve desabafo de quem vos fala: “Quando você sentir que todos os seus amigos te passaram para trás, acredite, você realmente foi passado para trás”. O que e por onde segurar a bucha sempre alheia é que vem à tona. Ou que, menos trágico do que já comum transferência de dívidas jamais combinará em igual teor com transferência de dúvidas. No trabalho nem se fala. Reconhecimento é tudo! Ocorre que com tanta falta de otimismo frente dramas e utopias que não vão dar certo mesmo, caberia um outro ponto de interrogação do tipo, “dá para reformular a pergunta? De repente apontar para outra direção, se não for pedir demais?”. Coisa que da gagueira certeira frente tamanhas e crescentes investigações de fraudes e corrução são as nossas mais constantes seja a bola da vez. “Não sei, não lembro, posso pensar, sequer vi, ouvi, assinei, compadeci de `chequing´ de pagamento”. Enfim, ossos jamais deixarão de ser ossos do artifício. Claro, a crise. O estopim da crise política, financeira, taxa de câmbio, investimentos, administração, o impeachment da presidenta Dilma que não vem dos quatro cantos batidos na parede, e que não sobe nem desce um degrau... Agora se o apregoado e macetado do “golpismo” pode surgir por outras vias respiatórias, nível “se as propostas forem aceitas, os cortes bem lapidados”, há quem aposte no leso “salva pátria” em tempo e por tempo indeterminado. Promessas, repetimos, surgem de bandejão! E porque ficar remoendo os erros de ontem uma vez podendo contar com os que estão por vir? Erros, quando não são daqueles dos mais clássicos, politicamente, adoramos cometer além das transversais! – Mais um cafezinho? – Não sei, acho que sim! Já está coado? Mas não prefere ver antes mais uma oferta do dia? Olhe que os preços estão pra lá de arrasadores. Uma pechincha (de ´empreiteira´) e de fazer arregalar o canto do olho...
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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