Tevê à manivela
Pequeno ensaio após ondas e mais ondas de protestos, exposição acelerada via ´recolhimento` de propinas, CPI´s em alta no país das falcatruas, Caixa 1-2-3 etc. etc. e etc. Isso sem fazer por desmerecer do “volume morto” com a “reciclagem política” nossa de cada dia em off que aqui está. E se está, façamos crer, é porque veio para ficar. Haja, portanto, imunidade dentre outras iguarias montanhosas mais! Vs. Excelências nós herdamos além de fósseis espalhados por tão Honrosa Casa. Óbvio, em tempos de globalização e do marco da internet incrustado no meio de nós, ainda somos todos seres humanos. Pelo menos em parte. Sem o dedo indicador a coisa não funciona. Nem para encher o bico do Boneco Luleko que deve estrear em campanha e ganhar bordão carnavalesco – antecipado, né! Quem sabe seja exibida nas tardes do Domingão do Faustão. “Luluko-leko”... E se ninguém é de ferro – o Iron Man enferruja? – apertar os parafusos do cérebro fica por conta. No mais, com arrocho ou sem arrocho salarial (no meu eu já dancei há muito), todos merecemos o lugar ao sol! “O sol nasce para todos”, chega a brilhar, reluzir. O Imperador Hiroito deve ter dito isso. De repente, sem ele ter imaginado tamanha omissão de valores que levou muita gente no Brasil às escuras, no Apagão! Hã? Mas mesmo assim merecemos uma troca de óleo – ainda que básica – para conter a ferrugem ora dita. “Usou, lavou, está limpo, mora”. Um chipe novinho em folha, nada de panelaço em demasia, alguns bites acelerados no capô, na rebimboca da parafuseta e lá vamos nós. “O relógio continua correndo, Dilma. Pensa rápido, marque outra reunião. Mas só não dê mais calote de 100 mil durante as comitivas”... – Alô, é o robô ou é a mulher biônica quem está falando? (...) – Robô!? Oi, você ainda está ali ou vai me deixar o resto do dia de novo com essa musiquinha do gás! Olha que eu posso recorrer. A quem é que não sei. Alô... (...) Mais do “Piriri-ri-ri”(...) reprise enjoativa Pour Elise do Beethoven e que já deu nos tímpanos! Pobre Elise... – Mal educado, se fazendo de esquecido, com tantas alternativas, que entendeu, que não entendeu... Só que na ligação Number 10 de ontem pensei que estivesse mais vivo! Morreu? (...) Vai, robô, podemos ser amigos do peito, hã, bater um bolão com o nada recém Luleko, com a Dilma... Nada de diferença robotizada. Mim man! You the man machine! Pois é, aqui na cidade de Sampa temos ciclovias para tudo o que é destino. Umas pedaladas emperradas, hein? Muitas delas não chegam a destino algum. Mas vangloriamos nosso Haddad, um prefeitásso! Ops! (...) – Sim, ele, criação do Lula, da Dilm... Robô, desliga, não. Ainda não terminei meu reclame. Vou marcar passeata! Topa? Os black blocs até deram linha na pipa, nem a Sininho figura mais! Viu só, parece que agora pegamos o mesmo formato. O HD da nova clicada, hã? Claro, robô, entendi. Cada um no seu mega esquadro, na mesma área robotizada, dos teclados! Só não me leve a mal e antes que a linha caia novamente, não vai me dar ouvidos? Ou será que toda essa nossa conversa mole vai acabar virando mesmo um CAOS CENTER? Desse, TAMANHO, ó!
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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