Tevê à manivela
Pensa rápido. Mas como dissemos dias atrás – não muitos – que existem tantas coisas entre o céu e a terra a serem resolvidas não custa ratear que pendências são pendências e nada mais. Quitá-las o mais breve, se possível. Entre elas tirar o atraso da poeira acumulada, teias de aranha, os desgastes que acumulam pontos, que estendem aquela vontade de poder ir além do que manda o figurino na saia justa de bater no trabalho. Pois sim, solidão conjunta é para os fracos. Entregar-se de corpo e alma frente à telinha, pensando que aquela montanha de personagens endinheirados não pode ser removida da sua estante – pó ao pó – ao que certamente observará seu guru mental, levitando de nariz empinado no tapete Tabacow em sinal de hummm, ah se fosse comigo! Fazer (ou dar) plantão, comprar um presente dos mais caros, quem saber arriscar um Cruzeiro Marítimo em épocas de reais magrinhos, magrinhos, vai que a rapadura, o miolo não seja mais daquele que um dia você provou, comeu e gostou... Tempos modernos, chapinha. Tempos virtuais. Sexy and the City! Navegar na Internet é mais que preciso. É não estar totalmente – e na sua totalidade a ser preenchida – acudir que a solidão tanto aperta, bem como lhe dói! E tal a distância que há em meio a virtuosas nuvens passageiras, medir o tempo à moda antiga, fita métrica, conferir o tamanho do rombo governamental, ora bolas! Não precisamos mais levantar tanta poeira, nem arranhar o gramado. Unhas, dentes e dentaduras. O processo eleitoreiro está aí. Dúvidas a serem resolvidas? Para tudo existe um recomeço. Igual a pílula, ao gargalo, ao ressacol do dia seguinte. A vaga lembrança seguida da pergunta “aonde foi que eu errei”? Permanecer conversando o tempo todo com as paredes, com os reboques da mesma, não é a saída imediata. Ocorre que pela lógica dos arbitrários politicamente corretos e dos gargarejos então conhecidos, aquele que não tiver ficha limpa, que se limpe. Pule. Fure a fila. O conferir “venha como está que eu não te revistarei”, desta vez, não fica para quem venha mais listar nos convites caprichados para irmos ao “Templo do Salomão”. Nessa haja poder da fé que remove valores. Haja scanners e mãos bobas durante as revistas na roleta do passe livre. Digo, pago! “Olha os ´Match Points Cambistas´ aí, gente!” Por outro lado, porém não muito distante do que vemos, idem, e de quem mais aí ressurge junto ao povão, fórmulas mágicas, água benta requintada, tudo se multiplica ao seu maior bem querer. Financeiro? Brincar novamente de “escondidinho” de Lula, com o mesmo ronronando pela goela adentro aos honrados da Casa do Povo, ora bolas, eu também quero ser favorecido. E vou lá eu me meter a besta (quadrada?) de amarrar um crocodilo na cabeça para me livrar de mais essa dor de cabeça! Tirar a prova dos 13 a essa altura do campeonato, é não querer admitir de marcha a ré que o ´´Partidão dos Partidões´´ começam a ensaiar suas novas notas dentro e fora dos mais humildes e modestos karaokês de todas as regiões. Repetir o mesmo clipe batido só mesmo para quem gosta de ver-se sempre de queixo caído. – Querida, antes de colocarmos de todo um ponto final nisso tudo, não prefere seguir só mais um pouquinho dentro daquela nossa pitada agridoce de calorosas reticências, hein? Quem sabe voltar os ânimos ao remoer da pele, sair desse tal de Amor Virtual... O sabadão mal chegou ainda!
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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