Ou seria (ante esse específico encontro consonantal com “b” grafa-se “m” em vez de “n”) “Não combunda fu com cunda”? Não sei. Phod@-se, talvez, a regra, porque tudo isto não passa de um chiste, inspirado naquela alegre fase infantil de trocar letras. Opinião é opinião e posso meter-me a dar a minha graças ao glorioso artigo 5º da Constituição de 1988, que diz que “IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Ora, a opinião é uma das manifestações do pensamento e não sou anônimo. Opino – penso – que o jornalista Carlos Brickmann tem perfil de direita, defende soluções ditatoriais (vide, na matéria, a velada elegia ao golpista general Velasco Alvarado) e – que coisa! – não consegue apagar de seu currículo a assessoria que prestou a Maluf, político filhote da ditadura que se autoproclamou a ficha mais limpa do Brasil. País estranho, não porque Genoino esteja preso pelo Estado Democrático de Direito, mas porque Maluf esteja solto. Uma passada d'olhos na coluna do Brickmann no Observatório da Imprensa basta, muitas coisas são meras bobagens, mas algumas são de humor, mesmo que não refinado. Para poupar minha talvez meia dúzia de leitores transcrevo aqui o trecho da coluna do Brickmann edição 806 do OI, em que cita a jornalista e escritora Laurisa Nutting, de Fortaleza. Histórias de jornalismo O caro leitor certamente desculpará o uso de certas palavras normalmente não utilizadas nesta coluna: no caso, são essenciais para a belíssima história que nos é contada pela jornalista e escritora Laurisa Nutting, de Fortaleza. Heribaldo Costa, professor, jurista ilustre, era inimigo do diretor do Diário do Povo, de Fortaleza, Jáder de Carvalho (pai do jornalista e ex-senador Cid Carvalho). O jornal assim noticiou sua volta de uma viagem: “Chegou da Europa o ilustre professor Hericaldo Bosta”. O professor entrou na Justiça e o jornal foi condenado a se retratar na primeira página. Jader de Carvalho escreveu uma alentada nota de retratação: “Esse jornal, sem querer, por equívoco gráfico, cometeu um erro imperdoável. Chamou de Hericaldo Bosta o ilustre professor de nossa Faculdade de Direito. Sabem os leitores que jamais este jornal poderia chamar de Hericaldo Bosta um intelectual do nível e do renome do ilustre professor da Faculdade de Direito. Até porque jamais soubemos que o ilustre mestre se chamasse Hericaldo Bosta. Mas errar o nome de personalidades ocorre em todos os jornais do mundo. Acabamos chamando de Hericaldo Bosta o venerando catedrático da Faculdade de Direito. Cumprindo determinação judicial, estamos nos desculpando e informando aos leitores que, em vez de Hericaldo Bosta, o verdadeiro nome do distinto professor é Heribosta Caldo.” Heribaldo Costa pegou um revólver e foi ao jornal matar o diretor Jáder de Carvalho. Não deixaram. A propósito, que ninguém confunda U com Alça nem Luiz Moura, deputado de São Paulo, com Luiz Moura, o editor da nossa revista eletrônica.
Nota do Editor: Elcio Machado (cidadania.e@gmail.com), 60, batizado como Elciobebe, sob as bênçãos e maldições de Cunhambebe, caiçara em construção. Mantém o blog Exercícios de Cidadania (cidadania-e.blogspot.com). Permitida a reprodução, desde que citados a fonte e o endereço eletrônico original.
|