Tevê à manivela
• “E porque não?”, muitos haverão de me perguntar logo na primeira tacada. Ocorre que vez por outra viver calado o tempo todo – sem sombra de dúvidas, se possível – não é veros(simil). Admita-se cá entre nós, sem contar para quase ou muito ninguém, a jornada nem sempre é a do programador. • Abre aspas. Coisa que do “O outro lado da meia noite” (1977), do Sidney Sheldon, quem sabe dia destes, se ainda houver amanhã, eu dê um rolezinho no ´shopi` do bairro e arrisque assistir na vitrine de alguma loja de marca de eletrodomésticos algo parecido com o remake inédito “O outro lado do meio dia”. Desde alianças a votos secretos. Óbvio. Uma pausa para o noticiário vindo adivinha só de onde? Tchnan! All suspense. Fecha aspas. Claro, não vamos fuçar logo de cara, ops, na atual história da galinha dos ovos de ouro, do bom político que não faz o que mesmo na Câmara, hein?, nem do lobista, do doleiro escolhido a dedo, a jato, e do uso indevido do bisturi elétrico. • Delongas à parte, uma vez que o novo listão de promessas mágicas e instantâneas vem por aí (sem esquecer dos genéricos, talvez pela ordem de excelências recicláveis, no automático), e porque sim, e porque não, algumas delas prejudicam além da sarada audição. Só não vamos descartar aquilo que indica as pesquisas na ala do para mais, para menos, com o protótipo de base – no paralelo – do para o mais ou menos dos indecisos e convencidos de última hora. Se confirmo, logo, desconfio. Já desfiei muitas batatas da terra. Colhê-las, afff... • Em outro bloco, só não me desmintam de todo que a banana não tenha o formato de bumerangue na dura pena não apenas do juiz e que esta não volte mais ao seu interlocutor na torcida espanhola. Ou será que caberia por aqui num breve trecho para não tomar muito o tempo de ninguém do que escreveu o Santo Agostinho sobre aquele sujeito que “ao tomar o veneno fica esperando que o outro morra”. Não estamos sós, ó quanta similaridade a minha, Abuelito! Só não culpem de todo o tagarela do Córdoba, nem quanto menos aquele que não tiver pecado (mal disfarçado) que atire a primeira banana. • Pois sim, como exemplos jamais deixarão de servir de lição, então, seguir quais os sejam os melhores nem sempre precisamos seguir apenas para (des)agradar a multidão. Na cópia de hoje, com a sanção da lei do Marco Civil da Internet, muitas vezes vence é o copiador. Exemplos, aliás, todos bem servidos de bandeja. • Mas quanto a pergunta que entra para o nosso ´checking package` ou como de assunto de mural das abreviações, enlatada na voz rouca do ex cara ululante majestoso em recente entrevista à tevê portuguesa RTP, que tinha que tocar na ferida política com a maldita bufunfa do mensalão distribuída entre companheiros, porém, que nunca existiu, brindemos. Viram só como o tal (ex) presidente ainda sabe perfeitamente como soprar e mover os moinhos. “A verdade, somente a verdade, remoa a quem mais da oposição remoer”. Aquele que não tiver pecado, em campo aberto, que também descasque – e coma por inteiro – do doce e saudável fruto. No caso do osso seria mesmo nada de se concluir como duro de roer. “Os companheiros que me apunhalaram pelas costas, como não pude cortar na carne dentro do nunca antes acompanhado na história deste país, eles que me aguardem.” Vamos renovar tudo aquilo que sequer saiu do papel. Desde a maquete e da força de expressão. • E de quebra – ei-la aí na berlinda novamente – que regras são regras, as negativas nem sempre precisam ser obedecidas de igual tamanho, não custa anotar no canhoto de lembrete de geladeira Gelomax, que uma inofensiva vírgula mal colocada pode causar grandes problemas. Desde os mais graves, ricos e sonoros. – O que foi que disse aí o distraído na arquibancada? Se fui pouco claro, tosco e obtuso desta vez? Banana is my business, Chapinha...
Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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