A herança bendita e as cores da bandeira
Julinho Mendes | |
A gestão municipal petista de Ubatuba, desde que tomou posse, tem dito aos quatro ventos que muitos dos problemas da cidade foram herdados da gestão anterior, ou seja, o culpado de tudo que é ruim, de tudo que não funciona na cidade, tem telefone, endereço e atende pelo nome de Eduardo Cesar. Os petistas, de uma maneira geral, são pródigos em atribuir suas incompetências e suas dificuldades aos canalhas da direita, à mídia golpista e, em Ubatuba, à herança maldita herdada da gestão anterior. É bom que se diga que a gestão anterior não foi um paraíso. Ela teve erros e acertos. E um destes acertos certamente foi à criação e construção do Centro de Convenções, criado para receber congressos, feiras, exposições e que, definitivamente, coloca Ubatuba na rota do turismo de negócios, um inegável atraente e lucrativo nicho do turismo, até então inexplorado por aqui. A cidade sofre com muitos problemas estruturais. As pessoas, outrora orgulhosas de Ubatuba, agora sofrem com o sentimento de baixa estima e desilusão em relação à cidade em que vivem. Sentimentos detectados nas muitas reclamações que pipocam nas redes sociais. O curioso desta gestão petista é sua capacidade de surpreender estas pessoas. Primeiro o banheiro público, obra polêmica tanto no preço como na sua real necessidade. Depois, a alteração no slogan de Ubatuba, de “Capital do surfe” para “Acolhedora por natureza”, e agora, como num ato final do que parece ser uma comédia de gosto duvidoso, vem esta emenda à Lei Orgânica, no intuito de se resguardar contra futuras e possíveis contestações judiciais pelo uso indiscriminado do vermelho da bandeira, em todas as repartições públicas e prédios municipais da cidade. Sei não, fosse ele um técnico de futebol, e já teria sido chamado pela torcida de burrôô, burrôô, burrôô...
Nota do Editor: Alex Frederick Cortez Costa (fredcortez@uol.com.br) reside em Ubatuba desde 1996.
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