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COLUNISTA
Celso Fernandes
23/06/2013 - 10h00
Reboques a galope
 
 
Tevê à manivela

Pequeno ensaio meio que de resmungo que escrevi outro dia, sobre o grão que não enche o papo frente a imagem que ora assistimos – e acompanhamos – com o povo se manifestando por diversos Estados, bem como na maior cidade do país, que nunca para, “não é por causa dos 0,20”, quanto menos pelos 0,10 dos estudantes que pagam a metade, o Brasil vai caminhando, sim senhor. “País rico – pelo povo – é País sem Miséria” – decerto para o povo e com o povo. Pelo menos é o que apregoam slogans de discursos vazios por aí.

À medida que a coisa avança, “é proibido proibir”, ora em recesso, são os protestos em avalanches das mais surpreendentes daquelas vistas há 20 anos atrás, com os “Caras Pintadas”, o que não deve ter corrigido em muito nos moldes da corrupção em andamento progressivo, sonegação, a não ser na vaga lembrança da deposição de um presidente collorido – que ainda está lá. Firme, forte, voraz e rígido, com aquilo roxo. Afinal, collarinhos brancos, um pouco “encardidos”, esses não saem de linha nem pela ordem dos genéricos que bradam por melhorias, esticando no “vozeirão” virtual e por palanques afora.

Via de regra, se as manifestações não derem certo desta vez, tamanha a “farra” com que regem as leis os nossos dirigentes políticos – ficha limpa para que, a inflação é galopante – e se as notas fiscais indicam o quanto somos lesados diariamente, pois sim, teremos que quebrar, fritar e engolir o ovo do avestruz. De novo e outra vez. Olhar o Impostômetro de rua para que antes de dar uma passadinha do dr. Sigmund ´Manteguinha` Freud?

“Abre o olho, presidenta”, acabamos de ouvir de quem entende para os festejos tumultuosos, entre tormentas, que se aproximam no país da bola, mas que nem tudo é futebol, e que os rendimentos não são nossos. As notas fiscais de arrecadação, “do tributo a Casares”, indicam sem Dó Maior para a grande má harmonia do povo. A ressaca do dia seguinte, na sequência, é que é a questão.

Tanto o é de ter ouvido uma vez mais de quem tem boca vai à Roma, logo, vai à Brasília, ao brilhante estádio milionário recém inaugurado, e também vaia à Dilma. Bem mais de onde o nosso dinheiro é investido, “para o povo, com o povo...” e Manés Garrinchas que nos valham absurdos com os ingressos de pedidos por antecipação. Afinal, como suplicou o aposentado “rei” da bola, “vamos nos concentrar na seleção”. E construir hospitais para que ao invés de estádios. Sem estádios não há Copa Fenomenal que suporte mesmo as bolhas outrora do meu pé que subiram à cabeça. Fenômenos não se criam, inventam, hã!

“É proibido proibir”, como então eternizou o Caetano Veloso – por certo – para atravessar gerações. E ainda bem que desta vez não somos apenas ½ dúzia de gatos pingados e que o vermelho seja apenas aquele, na cor do batom. Quando nem mais devemos perguntar o que de verdade o rei Frederico a essa altura do campeonato das negociações foi fazer, repentino, em Porto Rico. Quanto menos no tocante aos companheiros, daquele época, mantidos como inseparáveis pela estrela que por sinal ainda brilha lá! Aliás, tal a arte de ensinar a pescar o peixe não seja apenas aquela na peixaria do seo Hiroshi... até mesmo na história do nunca antes neste país e que, infelizmente, continuo não sabendo de nada. E quem sabe, por sorte, já que é proibido proibir, de alguém mais a caminho de um suposto terceiro mandato.

No pequeno lembrete do nem tudo aquilo que pensam que é público passa muito além de bem privados: – Vinte centavos, que sejam os 0,10, 0,15, para o transporte enlatado, nas rédeas dos patrões, isso vamos resolver é mesmo na lata! Ou não seria melhor resmungar um pouco mais em nome do tal “grão que não enche o papo”, de outro dia, que a redução na tarifa do transporte, para quem já aguentou muito, isso é quase nada. Uma besteirinha assim, aglomerada, de tamanho tumulto...


Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.
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