Julinho Mendes | |
E nesse final de semana o povo de Ubatuba fartou-se de cultura; muita gente em Caraguatatuba, na Virada Cultural; muita gente em São Luiz do Paraitinga, na Festa do Divino; muita, muita gente de Ubatuba em Paraty, no Bourbon Festival Paraty; não vou falar ainda dos que foram a Campos do Jordão. Pois bem, quem ficou aqui nem a bandinha na praça pode apreciar. Miséria cultural total! É lógico que temos que entender que a nova turma administrativa está arrumando a casa, está com boas intenções e trabalhando em captação de recursos... e a hora que a Dilma despejar dinheiro em Ubatuba, sai debaixo, porque teremos grandes eventos acontecendo aqui e com a certeza de que nós artistas caiçaras, ubatubanos e ubatubenses, estaremos no meio desses eventos, até ganhando um dinheirinho e deixando de ser agraciado com pão e mortadela como sempre fomos. Que venha a dinheirada em prol da nossa cultura, em prol de nossa economia. Tenho certeza que quem vai se deslocar de carro ou alugando vans e ônibus para assistir shows em Ubatuba, serão os nossos vizinhos. Éééé, assim espero! Antes de ontem, 27, comemoramos o Dia Nacional da Floresta Atlântica e lá na praça 13 de Maio, juntamente com a turma da APPRU, com a turma dos observadores de pássaros e outras entidades, cumprimos com nossa parte em mostrar e conscientizar sobre a preservação de nosso ecossistema, de nossa Mata Atlântica. Parabéns a todos que realizaram esse engrandecedor trabalho, mas tenho certeza que a hora que a Dilma despejar dinheiro em Ubatuba, para realizarmos um grande festival em comemoração ao Dia Nacional da Floresta Atlântica e ao Dia Internacional do Meio Ambiente, Ubatuba vai ferver e eu vou reapresentar cantando para uma multidão, nacional e internacional, a música que cantei lá na praça para conscientizar sobre nosso meio ambiente: Olho através da janela Vejo com grande tristeza A minha terra À se transformar No alto daquele morro Tinha um grande palmital Aroeiras e paineiras Passarada divinal Hoje lá virou favela (ai ai!) Tudo muito natural Nas margens daquele rio Tinha um grande manguezal Garças brancas e cachacas Um berçário divinal Lá também virou favela (ai ai!) Tudo muito natural O culpado disso tudo, moço! É o poder do capital Que corrompe e sucumbe Do plebeu ao general. E por falar em manguezal que virou favela, agora, também, manguezal na cabeceira da ponte do Perequê-Açu tá virando pontinhos comerciais em alvenaria concretada, tudo aos olhos da patota ecológica ambiental desconcientizada. O que é isso, hein?! Enquanto ferram com a vida do caiçarinha no sertão, proibindo-o de capinar a terra para plantar seu feijão, permitem uma coisa dessas. Fala sério, hein?! Em Ubatuba até a onça arregala os olhos!
|