Decididamente o mundo gira de acordo com as iniciativas e atitudes das pessoas, para o bem e para o mau. Tivera eu, ter desenvolvido o capacitor de fluxo, como no genial “De volta para o futuro” e teria como no filme, viajado ao passado, para que, minutos antes que o sinalizador partisse das mãos do torcedor corintiano, eu pudesse evitar seu lançamento, mudando o destino do menino e o rumo da história. Na tragédia que vitimou o jovem boliviano, existem vários lados de uma mesma moeda. São 12 acusados presos na Bolívia, à confissão de um menor aqui no Brasil, os interesses econômicos do clube, o histórico de impunidade no trato com as torcidas organizadas e as cenas patéticas de torcedores que confundem “direito” com “razão”, elegendo o código do consumidor como a nova bíblia dos tempos modernos. Autoridades bolivianas pressionadas pela comoção popular trabalham no sentido da apuração e condenação dos culpados. Por aqui os corintianos acharam pesada a punição imposta ao clube de jogar com os portões fechados na competição e trabalham no sentido oposto, ou seja, de que haja farta distribuição de pizza ao final do processo. Há de se ressaltar que esta hipotética viajem no tempo, não teria a pretensão de mudar o mundo e as pessoas. Seria apenas para evitar a morte do jovem boliviano, que pagou com a vida, o preço de se viver num tempo em que jovens como ele, valem tão pouco. Ah, ia me esquecendo; como estaria no passado envolvido com sinalizadores, aproveitaria e daria uma passada na boate Kiss, lá em Santa Maria.
Nota do Editor: Alex Frederick Cortez Costa (fredcortez@uol.com.br) reside em Ubatuba desde 1996.
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