Julinho Mendes | |
Tocava sua tuba dia e noite, noite e dia. Enchia, enchia o saco da vizinha... A vizinha prometeu vingança... A vingança aconteceu numa encenação bem-humorada, interpretada por Claudia Mara Gil e Gustavo Balio durante a apresentação da música “Juvenal e sua tuba”, de composição deste que escreve, no VIII Festival de Marchinhas de nossa cidade. Juvenal, ubatubano e o único representante do Brasil no festival de música instrumental, todo emocionado, concentrado e dando o melhor de si, tocava sua tuba quando apareceu a dona Cleide, sua vizinha, que carregando uma cesta de tomates foi jogando e entupindo a tuba do Juvenal. O som que estava tão bonito, de repente saiu pela culatra, ou seja o som que saia belo e sonoro pela boca da tuba, saiu pela traseira de Juvenal, num peido sonoro em ré menor, desafinado e catingudo. Juvenal foi desclassificado. Dona Cleide cumpriu sua vingança. Histórias de amor, homenagens, fatos acontecidos durante o ano... foram temas das marchinhas, mas a que levou o primeiro lugar, escolhida pelo corpo de jurados e com a graça dos espectadores foi a música do meu amigo Cláudio Jacob, “Bate o martelo”, música bem-humorada e muito bem interpretada, falou sobre o desfecho do mensalão e da turma do Dirceu. Com letra sempre inteligente e melodias de emocionar, meu amigo Cláudio Jacob é um dos grandes compositores de nossa cidade e com Vagnão fazem uma dupla de interpretes que engrandece os festivais. Foram 40 músicas. A todos os compositores e interpretes, fique aqui os meus parabéns. À nova diretoria Fundart, que não mediu esforços para o acontecimento, também parabenizo pela promoção da grande festa que foi o nosso festival, mas só que agora precisamos sentar, conversar, trocar idéias, para corrigir falhas, melhor apoiar e valorizar o festival, aceitar as propostas dos compositores e interpretes, para que o nosso festival cresça e seja uma marca de nosso carnaval. Um fato também positivo em nosso festival foi a presença do prefeito Maurício Moromizato e de alguns secretários, que passaram suas mensagens de bom carnaval aos foliões. E a minha crítica vai ao Bloco da Caxorrada que, infelizmente, entrou na onda do eletrônico, com músicas que descaracterizam totalmente o carnaval tradicional. Cadê os batuqueiros, os ritmistas tocando sambas e marchinhas no Bloco da Caxorrada? Fala sério! Estão acabando com o Bloco da Caxorrada! O Bloco da Galinha, comandada pela foliã Sussuca, herdeira do mestre Nezinho, nesse segundo ano mostrou como deve ser um bloco carnavalesco. O apoio e vontade da prefeitura em realizar o nosso carnaval foi positivo, mas precisamos também conversar e definir uma identidade para nosso carnaval porque, pelo andar do cordão, vamos também virar carnaval eletrônico de carros com seus potentes altos falantes, tocando ritmos que não tem nada a ver com nossas raízes culturais. Parabéns “mermão” Jacob e deixo aqui a letra de sua música campeã: “Bate o martelo / Bate meu bom juiz / Bate o martelo / Faz o meu povo feliz. // Prenda aquele mensaleiro / Liberte o meu violão / Ele só quer o meu dinheiro / Eu quero só a canção / Lá vai o povo de chapéu na mão. // Bate o martelo / Bate meu bom juiz / Bate o martelo / Faz o meu povo feliz. // Tanto tapinha nas costas / De tanto espalhar-bosta, um dia a coisa fedeu / Em capa e pele preta a justiça apareceu / E não perdoa nem a turma do Dirceu / Se a vaca foi pro brejo, antes ela do que eu.”
|